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Traficantes decretam 'lei seca' em bares de São Gonçalo

Bares de 20 bairros estão sem receber cervejas por ameaças do tráfico

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 02 de dezembro de 2018 - 09:31
Em Amendoeira, os comerciantes têm que buscar cerveja no bairro vizinho, em Lagoinha
Em Amendoeira, os comerciantes têm que buscar cerveja no bairro vizinho, em Lagoinha -

Por Marcela Freitas 

Sabe aquela cervejinha estupidamente gelada com aquele colarinho de dar água na boca e que congela até a “alma”? Então, em São Gonçalo, o prazer de degustar essa bebida milenar está ameaçado. Se não fosse pelo empenho dos comerciantes, que são verdadeiros “super heróis” contra o crime, ela já teria deixado de ser servida nos pequenos bares da região há algum tempo. De acordo com comerciantes do 2º distrito de São Gonçalo, que compreende 20 bairros da cidade, as entregas em alguns locais estão limitadas por conta da insegurança na região e o aumento do roubo de cargas.

Na Amendoeira, por exemplo, os comerciantes não estão recebendo mais o caminhão das distribuidoras de bebidas. Apenas uma empresa continua fazendo entrega de uma marca específica de menos aceitação no mercado. As demais estão deixando as bebidas em depósitos na Lagoinha para que os comerciantes possam fazer a retirada dos engradados.

“Aqui, eles não entregam mais por conta do alto índice de assaltos. Isso vem dificultando bastante o nosso trabalho. Quando o roubo de cargas não era generalizado, as bebidas eram deixadas na nossa porta e isso nos economizava tempo e dinheiro”, disse um comerciante sem se identificar.

E esse problema não é novo na cidade. Em setembro do ano passado, a equipe de reportagem flagrou, com exclusividade, comerciantes de Santa Isabel e bairros adjacentes retirando as mercadorias na Estrada do Pacheco, na Lagoinha, porque em meio a onda cada vez maior de roubos de cargas, os ‘fretes’ de mercadorias não estavam sendo feitos no local.

Mais de um ano depois, o problema continua ameaçando o trabalho. Dados do Instituto de Segurança Pública (ISP) mostram que, de janeiro a outubro deste ano, houve aumento de 25% de roubos de carga em relação ao mesmo período do ano anterior em São Gonçalo. Passando de 1.177 para 1.477 em 2018.

A falta de entregas também é um procedimento que está prejudicando moradores de outros bairros, principalmente aqueles que ficam situados perto da Rodovia BR-101 ou da Rodovia Amaral Peixoto (RJ-104).

Moradores e comerciantes do Campo Novo, em Maria Paula, Novo México e Nova Grécia, por exemplo, não recebem mercadorias compradas em supermercados e lojas de eletrodomésticos e bens duráveis porque as entregas foram proibidas pelas empresas.

A assessoria de imprensa da Polícia Militar informou que, até o momento, não houve denúncia a respeito da situação relatada para o comando do 7ºBPM (São Gonçalo) e que houve redução de 35% nos casos de roubo de carga na área de policiamento do 7ºBPM em outubro - foram 95 ocorrências em 2018 contra 147 em 2017. A nota diz ainda que a atuação ostensiva do 7ºBPM no município conta com roteiros de patrulha diários. O batalhão tem equipes policiais realizando diariamente rondas em viaturas para coibir todo tipo de crime.

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