Milicianos de São Gonçalo expulsaram pastor de casa por não pagar o 'aluguel'

Apontado pela polícia como um dos líderes de um grupo de milicianos, que tem atuação em São Gonçalo e Maricá, um homem, identificado como Anderson Sassa, caiu em uma escuta telefônica autorizada pela Justiça onde expulsa um pastor evangélico de uma casa localizada no Paraíso, em São Gonçalo, por ele não pagar o 'aluguel' da residência. Segundo a investigação, o imóvel era usado pelo tráfico de drogas e foi tomado pelo grupo paramilitar, que passou a cobrar aluguel pelo espaço.

Em dos trechos da escuta, Sassa conversa com uma mulher, identificada como 'Pretinha', para que ela vá até a casa onde mora o pastor para fazer a cobrança do aluguel. Em determinado momento, ele chega a ordenar que a mulher quebre tudo no local até que o homem saia para atendê-la.

"Vai lá no pastor, berra, berra, berra, se ninguém atender tu joga um tijolo lá dentro. Taca pedra, quebra o carro, fica a vontade. Até ele atender. Esse desgraçado", diz Sassa em parte do áudio.

Minutos depois, sem Pretinha conseguir falar com a vítima, Sassa liga para outro homem, identificado como Negão, que vai até a residência e consegue falar com o pastor. Neste momento, Sassa pede para falar diretamente com o homem e faz inúmeras ameaças.

"Você tem uma semana para o senhor arrumar um lugar para morar e sair daí. O senhor está me tratando como criança e isso eu não sou. Tu está querendo me tirar como moleque. Tem uma semana para sair daí. Para não ter problema. Isso não é uma ameaça, é só uma ideia. Mas se o senhor quiser ficar, é com você mesmo", ameaça.

Sassa, que era um dos principais nomes da quadrilha, já estava preso e teve mais um mandado judicial cumprido hoje.