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Baile funk é uma das maiores fontes de renda do tráfico

'Proibidão' rende R$ 500 mil por mês aos criminosos

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 18 de setembro de 2018 - 08:21
A repressão aos bailes funks clandestinos tem sido cada vez mais intensa, por parte das autoridades da área de Segurança Pública em comunidades do Grande Rio
A repressão aos bailes funks clandestinos tem sido cada vez mais intensa, por parte das autoridades da área de Segurança Pública em comunidades do Grande Rio -


As forças de segurança no Estado do Rio estão com o ‘radar ligado’ e trabalhando para tentar neutralizar um evento que é considerado uma das ‘meninas dos olhos’ dos traficantes’: os bailes funks conhecidos popularmente como ‘proibidões’. Além de aumentar substancialmente os lucros com a venda de drogas, os eventos, feitos de forma clandestina e à margem dos órgãos públicos de fiscalização e controle, representam também ganhos com venda de bebidas e comestíveis, através da montagem de barracas. Estima-se que a realização dos bailes representem um lucro até R$ 500 mil em algumas comunidades de São Gonçalo, Niterói, Itaboraí e Maricá.

Além de significar uma atividade de lazer para os criminosos, os bailes fuknk, feitos sempre nos fins de semana, representam uma espécie de tentativa de ‘aproximação’ dos criminosos com a população no sentido de evitar denúncias que culminem com apreensões e prisões. “Além dos roubos de carga, os lucros dos criminosos aumentam também com a realização desses eventos, que quase sempre contam com contratações de artistas e grupos famosos no mundo funk”, disse uma autoridade da Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública do Estado.

Na capital, um dos mais movimentados eventos dos funkeiros é o Baile da Gaiola, na Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha, que costuma ter a presença de criminosos armados de várias comunidades da Zona Norte do Rio. Por te comparecido a um desses eventos e ser flagrado em filmagens cantando em local com a presença de homens armados,, Fabiano Batista Ramos, o MC Tikão, candidato a deputado federal (Solidariedade) teve o registrou indeferido pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE). De acordo com o relator do processo, desembargador eleitoral Antônio Aurélio Abi Ramia Duarte, “há evidências concretas de envolvimento do candidato com organizações criminosas ou paramilitares que desafiam a soberania interna do Estado Brasileiro”.

A Corte acolheu, ainda, pedido de tutela antecipada da Procuradoria Regional Eleitoral (PRE) para proibir MC Tikão de praticar atos de campanha e de receber recursos do fundo partidário ou do fundo especial de financiamento de campanha.

Mapeamento - Uma das tarefas das autoridades da Secretaria de Segurança é a de tentar fazer um mapeamento que possa fazer com que a polícia chegue aos locais com antecedência, antes do ‘batidão’ começar, já que a presença das pessoas em massa faz com que os criminosos tenham uma espécie de ‘trincheira’ humana’, a favor de si.

Bailes acontecem em cidades da região

Traficante Thomas Jhayson Gomes Vieira, o '2N': procurado
Traficante Thomas Jhayson Gomes Vieira, o '2N': procurado |  Foto: Divulgação

Em São Gonçalo, um dos mais conhecidos bailes funks acontece no Salgueiro, patrocinado, segundo a polícia, pelo grupo liderado pelo traficante Thomas Jhayson Gomes Vieira, o ‘2N’, acusado de monopolizar o controle da venda de drogas e roubos de carga na região. Na tentativa de prender o criminoso, em novembro de 2017, equipes da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) da Polícia Civil e do Exército foram em uma das regiões do local conhecida como Conjunto da Marinha, mas o que deveria ser uma bem sucedida ação, terminou com a morte de sete pessoas acusadas de tráfico de drogas. A Polícia investiga se houve, ou não, execuções, hipótese denunciada por moradores.

Alma - Nas noites de domingo, outro evento muito concorrido é o baile funk realizado no Morro da Alma, na Amendoeira. Numa festa realizada lá na noite do último dia 29, nove acusados de integrar o tráfico de drogas no Complexo da Maré, no Rio, passaram a noite no local, mas acabaram surpreendidos por policiais do 12ºBPM (Niterói), no início da manhã do dia seguinte, num dos acessos à ponte Rio-Niterói, na Alameda São Boaventura, no Fonseca, quando voltavam da noitada. Seis criminosos morreram em troca de tiros com a polícia.

Jardim Catarina - Os bailes no Jardim Catarina, patrocinados pela quadrilha de Schumaker Antonácio do Rosário, o ‘Piloto’ ou ‘F-1’, também estão sendo monitorados pela Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Segurança. A prisão de Schumaker, aliás, é uma das prioridades da polícia do Rio. Para tentar estimular as denúncias que culminem com sua localização, o Disque-denúncia aumentou de R$ 20 mil para R$ 30 mil o valor da recompensa pela sua captura.

Em Niterói, um dos mais movimentados bailes acontece na comunidade da Viradouro, em Santa Rosa, mas noites de sábado, e quase sempre contam com a presença de pessoa de outras comunidades da região, como a Grota do Surucucu, e o do Largo da Batalha. Normalmente, o evento termina sempre nas primeiras horas da manhã. Já em Itaboraí, os bailes aconteciam com mais frequência no Complexo da Reta, mas a presença de milicianos em outros Pontos, como Ampliação e Venda das Pedras, gerou uma disputa por territórios que vem afugentando o público e levando os traficantes a não realizarem o evento sempre na mesma data.

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