Instagram Facebook Twitter Whatsapp
Dólar R$ 5,2608 | Euro R$ 5,6075
Search

Ocupação do Exército no Salgueiro e Jardim Catarina não tem prazo para acabar

Durante ação, um pescador foi baleado

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 17 de julho de 2018 - 08:02
Os militares instalaram barracas de campanha em diferentes pontos do Jardim Catarina
Os militares instalaram barracas de campanha em diferentes pontos do Jardim Catarina -

Por Renata Sena

As ruas de São Gonçalo amanheceram ‘tomadas’ de homens das Forças Armadas e das Polícias Civil e Militar. A ocupação teve início no final da noite de domingo e tem como alvo as comunidades do Complexo do Salgueiro, Jardim Catarina, Miriambi e Trindade. Contudo, a primeira ação de vulto não foi positiva para a segurança pública, já que militares do exército fuzilaram o carro de um pescador, de 23 anos. O veículo foi atingido por mais de 15 tiros e o profissional foi alvejado por três tiros. A esposa e o filho do pescador, de somente dois anos, estavam dentro do veículo e terminaram feridos por estilhaços.

Segundo o pescador, ele e a família saíram da Praia da Beira, no interior do Complexo do Salgueiro, por volta das duas da manhã. Eles estavam numa Fiorino, quando foram surpreendidos pelo primeiro disparo.

“Não deu tempo de pensar. A gaiola do passarinho estava molhando minha esposa e eu peguei o bebedouro para esvaziar. Aí escutei o primeiro tiro e cheguei a gritar que era morador. Mas em seguida foram dezenas de disparos”, contou o jovem, que tinha ido buscar o pescado para revender em Saquarema, como faz todas as noites, por mais de seis anos.

De acordo com a vítima, somente depois de escutarem o choro da criança que os militares pararam de atirar. Mas o pescador já tinha sido baleado na lombar, costela e braço. O tiro no braço ficou alojado e o jovem irá conviver com a bala.

O caso foi registrado como homicídio tentado e será investigado pelos agentes da 72ª DP (Mutuá).

Já no início da manhã, espalhados por diversos pontos da cidade, os militares iniciaram a semana dando um nó no transito e dividindo a opinião de quem se atrasava para chegar ao trabalho.

“Aqui é via principal. Querem pegar bandido no Centro da cidade? Isso é pra gente achar que eles estão trabalhando”, reclamou uma vendedora, de 42 anos.

“Minha filha, se eles fizeram isso e a gente receber paz em troca, eu chego atrasada no trabalho por uma semana. Tomara que eles consigam dá um jeitinho em São Gonçalo”, defendeu a ação, uma contabilista, de 54.

Apesar do caso contra o pescador, os militares também apresentaram resultados positivos. Secretaria de Segurança Pública informou que quatro carros e uma moto foram recuperados, seis homens presos, um menor apreendido, um revólver, uma pistola, uma carabina e um fuzil foram localizados.

A ocupação, coordenada pelo Comando Militar do Leste, conta com 4.300 militares 120 policiais militares e 80 policiais civis.

Matérias Relacionadas