Criminosos atacam a tiros empresa de gás que denunciou extorsão em Niterói

Mesmo depois de suspender a entrega de botijões de gás, por causa de ameaças de traficantes do Engenho do Mato, na Região Oceânica de Niterói, a empresa Ligue Gás, revendedora autorizada da Liquigás, em Itaipu, continua sendo alvo dos criminosos. Na madrugada de ontem, homens armados efetuaram diversos disparos contra o portão principal do estabelecimento.

Além do prejuízo material, o proprietário da empresa está também está preocupado com o psicológico de seus funcionários que, por medo, não querem mais trabalhar no local. Ao todo, nos últimos dias, seis funcionários já largaram o trabalho na distribuidora de gás.

“A empresa está se acabando, todos os funcionários estão saindo e não sabemos como será o futuro”, disse o proprietário da empresa.

Policiais da 81ªDP (Itaipu) investigam a informação de que traficantes do Engenho do Mato, na Região Oceânica de Niterói, estariam cobrando ‘pedágio’ para que a empresa fizesse entregas de gás na região.

A extorsão teria começado em outubro, quando criminosos do Comando Vermelho (CV) passaram a exigir R$ 3,5 mil por mês para que a distribuidora de gás fizesse entregas no Engenho do Mato, Várzea das Moças, Itacoatiara, Itaipu, Piratininga, Camboinhas e Cafubá. A empresa não aceitou a imposição dos bandidos e desde então parou de realizar o atendimento em domicílio.

Em dezembro, a Liquigás chegou a voltar a fazer as entregas, mas devido a violência, mais uma vez, a empresa interrompeu o serviço e fez um comunicado oficial em sua página na rede social, no último sábado, avisando aos seus clientes sobre o ocorrido.

De acordo com a polícia, no último dia 3, um dos motoristas da empresa foi abordado por dois traficantes na Rua 53, no Engenho do Mato, que anunciaram o assalto e levaram o caminhão e a vítima para a Rua 42. No local, eles liberaram o funcionário com todos os seus pertences, mas ficaram com a carga de gás. Momentos depois, um menor de 17 anos foi capturado por policiais do 12ºBPM (Niterói) e reconhecido como o autor do roubo. A carga também foi recuperada.

“Desde que surgiu a primeira denúncia de extorsão, começamos a apuração e fizemos diligências na região. Agora, com o novo fato, o nosso trabalho continua”, esclareceu um inspetor, que investiga o caso.