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O berço das Olimpíadas

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 31 de julho de 2016 - 11:51

Na época atual, em que se vive num mundo de mudanças rápidas e imprevisíveis, em que a tecnologia avança a passos gigantescos, em que a comunicação entre as distâncias mais inusitadas se faz num imediatismo absoluto, é difícil se pensar no que era o mundo há 3200 anos. Sabemos que foi na Grécia que foram criados os Jogos Olímpicos, mas desde 2500 a.C. os gregos já realizavam competições em homenagem aos deuses, principalmente a Zeus. No entanto, foi somente em 776 a.C que, pela primeira vez, os Jogos Olímpicos aconteceram de forma organizada. É certo que os gregos faziam os jogos em honra a Zeus, mas para além da religiosidade buscavam, através deles, a paz e a harmonia entre as cidades que faziam parte da civilização grega. Estes jogos mostravam bem o valor que os gregos davam aos esportes e à sustentação de um corpo saudável. Mas o principal ingrediente do evento era a paz, pois todas as cidades-estado tinham que parar suas contendas durante o período em que a olimpíada acontecia. Os gregos, portanto, encontraram nos Jogos Olímpicos uma maneira pacífica de reunir as populações de suas cidades que viviam em guerra, apesar de falarem a mesma língua e professarem a mesma religião. Ao iniciarem os jogos, os atletas proferiam orações aos deuses do Olimpo para que tudo acontecesse de forma justa e sem problemas. Uma das sete maravilhas do mundo antigo, a estátua de Zeus, ficava em um templo na cidade de Olímpia, onde as olimpíadas eram celebradas.

Nos primeiros jogos, só uma prova era disputada: uma corrida de 170 metros. Assim como nos tempos modernos, a festa da paz acontecia de quatro em quatro anos e isto perdurou durante mais de mil anos. A interrupção do evento se deu a partir do ano 393, quando o imperador romano Teodósio I, alegando ser a Olimpíada uma festa pagã, a aboliu. Diferente dos tempos atuais, os jogos olímpicos antigos duravam cinco dias. No primeiro dia, cem bois eram sacrificados a Zeus. Os primeiros três dias davam lugar aos eventos esportivos e os dois últimos eram dedicados aos rituais e às comemorações. No último dia, havia um banquete no qual os cem bois eram servidos a todos os participantes do evento.

O primeiro e mais nobre esporte das Olimpíadas da Era Antiga começou com o stadium, corrida 192,27m, vencida pelo cozinheiro Coroebus de Elis, primeiro medalhista de ouro registrado pela história e que recebeu, como prêmio, um ramo de oliveira. Nos jogos de 720 a.C, teve início a tradição do nu atlético, o Gymnos. Uma das mais famosas obras de arte da Idade Antiga – O Discóbolo – conhecida estátua do escultor grego Miron, retrata um atleta do arremesso de disco, nu. É ela a estátua desportiva em ação mais famosa do mundo. Já a corrida de cavalos era um esporte aristocrático, disputado em hipódromos como o de Olímpia. Como à época mulheres não participavam dos jogos, esta era a única modalidade que admitia a disputa feminina.

O Pentatlo se constituía no evento de maior importância e seus vencedores eram coroados campeões olímpicos. De acordo com a mitologia, esta forma de disputa foi inspirada em Jasão e sua busca pelo velo de ouro. A chama olímpica também foi usada desde a primeira Olimpíada. É um símbolo que comemora o roubo do fogo de Zeus por Prometeu, elemento que deu o poder do conhecimento aos humanos. Até hoje, o fogo olímpico é retirado do mesmo local em que o templo de Hera costumava ficar e atravessa os continentes, tentando difundir a paz pelo mundo. Que esta chama realmente se espalhe pelo Rio de Janeiro e lance, sobre esta cidade e sobre o mundo, que têm estado tão violentos, a tão precisada Paz.

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