Pré-candidato ao governo do Rio, Indio da Costa comenta sobre suas propostas

Por Daniela Scaffo

O pré-candidato a governador, o deputado federal Indio da Costa (PSD), de 47 anos e 26 deles dedicados à política, acredita que o Estado do Rio precisa de uma pessoa com seu perfil: de austeridade, honestidade, anticorrupção e o de transparência. O ex-secretário municipal do governo Marcelo Crivella na cidade do Rio garante que suas experiências acumuladas são o que o Governo do Estado precisa para avançar. “Com vontade e experiência, as coisas acontecem”, define.

O SÃO GONÇALO - O senhor pode fazer um breve resumo da sua vida política?

INDIO DA COSTA - Eu tenho 47 anos, entrei na política aos 21, fui vereador por três mandatos, deputado federal duas vezes, candidato a vice-presidente do Brasil na chapa de José Serra em 2010, e candidato a prefeito da cidade do Rio de Janeiro nas últimas eleições.

OSG - Das leis que formulou como parlamentar, quais o senhor destacaria?

INDIO - Eu destacaria dois projetos importantes. Um que eu aprovei e outro que estou lutando para aprovar. Os dois são na área da simplificação, da desburocratização, da facilitação para geração de oportunidades e empregos, redução de custos do Estado e da máquina estatal, que custa muito mais caro do que deveria em todas as instâncias, seja federal, estadual ou municipal. Uma das leis é a da Ficha Limpa, que hoje está proibindo milhares de pessoas de serem candidatas. Com uma mobilização popular enorme, eu fui relator, briguei muito e a lei foi aprovada. Depois, eu saí para ser candidato a vice-presidente, perdemos a eleição e fiquei quatro anos sem mandato. Em 2015, apresentei um projeto de lei chamado Código de Defesa do Eleitor, que é o seguinte: se você foi candidato, prometeu na campanha e não cumpriu durante o seu período de mandato, você fica proibido da reeleição. Eu tentei aprovar isso no começo do mandato, não consegui, e agora reduzi para 50% dos cumprimentos das promessas. Esse PL está sendo analisado na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado. A ideia é tratar a política de maneira séria, transparente e objetiva.

OSG - Por que o senhor é pré-candidato a governador?

INDIO - Eu tenho experiência acumulada e vejo que o Estado precisa de uma pessoa que tenha o meu perfil. Um perfil de austeridade, de gastar pouco e fazer mais com esse mesmo dinheiro, fazer mais por menos. Esse é um dos princípios que a gente vai ter que ter daqui para frente. Um segundo princípio, que meu histórico comprova, é não roubar e não deixar roubar. Um outro princípio fundamental dentro do caos que a gente está vivendo é o da transparência. As pessoas precisam ter acesso às informações do poder público. A lógica que a gente está organizando durante a pré-candidatura é que quem vai decidir a política de saúde é o paciente. Quem vai decidir a política de segurança pública é a soma, a polícia e a sociedade, porque são quem estão sofrendo nas ruas. Quem vai definir a política de educação é o aluno. É preciso dar instrumentos para a polícia interromper o crime e do outro lado investir no social para que as pessoas de fato possam ter perspectiva de futuro na vida.

OSG - Quais foram os cargos que ocupou no poder Executivo?

INDIO - Fui administrador do Parque do Flamengo e de Copacabana. Depois fui secretário de Administração durante cinco anos da prefeitura do Rio. Depois fui secretário de Esportes no município do Rio, secretário de Meio Ambiente do Estado e agora, no governo Marcelo Crivella, acumulei uma secretaria grande, que era Urbanismo, Habitação, Obras e Infraestrutura. Eu tirei do papel mais de 190 obras que estavam paradas e pude concluir muitas delas. Apresentei um conjunto de projetos de simplificação de licenciamento para se construir um prédio, uma escola, uma casa. Enfim, qualquer construção ou reforma, que está na Câmara de Vereadores. A gente sai de 600 artigos diferentes, com 38 leis, para uma lei única com sete artigos que a prefeitura vai observar para dar ou não dar uma licença para alguém construir o seu imóvel.

OSG - Quais são suas propostas voltadas para a região?

INDIO - É fundamental que São Gonçalo tenha duas coisas: transporte mais rápido para o Rio de Janeiro, que inclusive serve para o comércio e não só para as pessoas irem de um lado para o outro; mas também aqui na cidade você buscar caminhos que gerem emprego. Para gerar emprego em São Gonçalo, você tem que ter segurança. Esse é o desenho: São Gonçalo, a gente vai começar com segurança e ensino técnico profissionalizante. Dar oportunidade de qualificar a juventude para ter uma mão de obra qualificada e do outro lado, segurança. Aí vem o investimento.

OSG - Qual é sua proposta geral como governador?

INDIO - O que está em jogo nessa campanha eleitoral é o modelo. A proposta que trago nessa campanha eleitoral é de colocar para funcionar equipamentos que já existem, voltados para qualificação profissional, segurança pública, hospitais que curem, as escolas que ensinem, ou seja, fazer o básico e reestruturar o Estado para que ele funcione. A gente paga muito imposto e tem pouco de volta. Eu não acredito nessa conversa de que não tem dinheiro. Não é verdade, a gente paga muito, tudo a gente paga imposto, tudo que consumimos vai para o Estado de ICMs. O Rio de Janeiro precisa de um governador austero, com responsabilidade e que faça uma coisa simples, que é priorizar. Uma coisa que teremos que fazer é rever com o governo federal esse pacto que foi feito, esse acordo que ele considerou o pagamento dos servidores públicos, que é muito importante, mas não considerou o principal, que é a razão de existir do próprio servidor e que as pessoas possam viver. As pessoas estão morrendo nas filas de hospitais, na rua devido à violência e até mesmo no seu sonho de futuro porque não tem educação que te prepara para o futuro. Com vontade e experiência, vai.