Instagram Facebook Twitter Whatsapp
Dólar R$ 5,2089 | Euro R$ 5,5496
Search

‘Queremos um mandato com participação popular’

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 28 de agosto de 2016 - 08:00
Imagem ilustrativa da imagem ‘Queremos um mandato com participação popular’

Pela terceira vez concorrendo à Prefeitura de São Gonçalo, o professor de Geografia Josemar Carvalho (PSOL), de 40 anos, acredita que a cidade precisa investir, urgentemente, na educação e no setor de mobilidade urbana. Primeiro suplente de deputado estadual pelo partido, ele afirma que é preciso valorizar os profissionais de educação e ampliar a rede municipal, tanto em escolas quanto em creches. “Queremos um mandato com participação popular, com eleições para diretores de escola, com valorização dos profissionais de educação, com o apoio dos agentes comunitários de saúde”, disse.

O SÃO GONÇALO - Na sua última tentativa de se eleger prefeito, o senhor ficou em 4º lugar, com 19 mil votos. Agora vai?

JOSEMAR - Acho que tendemos a crescer e estamos na disputa. Porque acreditamos que à medida que a população entender, que todos os outros são Neilton Mulim e nós somos a verdadeira oposição, vai começar a se separar o joio do trigo. Hoje, só existem duas candidaturas postas com verdade, que é a nossa que representa um projeto oposicionista, e a do PSTU. Os outros são todos iguais, que governaram juntos com o prefeito, ou sendo secretários ou indicaram alguém para dentro do governo. Quem governou com ele, perdeu a vez. Dentro desse cenário, espero que a população entenda isso.

OSG - Qual a maior carência de São Gonçalo hoje?

JOSEMAR - Acho que São Gonçalo precisa de tudo, de vários investimentos e políticas públicas, principalmente na saúde e educação. Hoje, temos um número muito baixo de escolas e a rede municipal não atende a demanda. Precisamos também ampliar o programa de Saúde da Família e melhorar a mobilidade urbana na cidade, visto que os ônibus não a interligam, não temos ciclovias, não temos transporte de massa como a linha 3 e barcas. Também precisamos melhorar o meio-ambiente na região, pois não há uma perspectiva ambiental. Então, São Gonçalo precisa de mudar tudo, por isso falamos que a cidade precisa de uma revolução. É preciso remodelar e fazer uma política diferenciada, com democracia e participação popular.

OSG - Quais serão suas prioridades, caso seja eleito?

JOSEMAR - Minhas prioridades seriam em diversas áreas. Primeira delas, na educação, onde precisamos valorizar os profissionais e ampliar a rede, tanto de escolas, quanto de creches. Outra é a mobilidade urbana. Não podemos aceitar uma cidade que não se interligue, que não tem ônibus durante a madrugada, que a biometria continue funcionando e que os micro-ônibus desrespeite a população. Hoje, à noite não temos ônibus na cidade, fora que a gratuidade não é respeitada. Então, essas são nossas prioridades: educação e mobilidade.

OSG - Pesquisa recente aponta empate técnico entre o atual prefeito e outros dois candidatos. O seu partido mantém uma estratégia de não firmar muitas alianças, tendo em vista que a coligação majoritária é somente PSOL-PCB. Caso o senhor vá para o 2º turno, há possibilidade de estabelecer alianças? E se não estiver na disputa, vai apoiar alguém?

JOSEMAR - Eu não aceitaria nem o apoio deles, nem daria apoio a ninguém. Até porque a pesquisa diz que cerca de 75% das pessoas estão conscientes em quem vão votar. Mas o que vemos nas ruas são pessoas desgastadas da política e muitos indecisos. Então, neste sentido, vamos ganhar o voto daqueles que estão revoltados pela forma como a política é feita hoje, aqueles que querem uma mudança real e verdadeira. Vamos ganhar o voto dos que querem que não haja mais esquemas, troca de apoios e conversas. Queremos uma política feita com participação popular, com eleições para diretores de escolas, com valorização dos profissionais de educação, com o apoio dos agentes comunitários de saúde.

OSG - O período curto para a campanha (45 dias) pode prejudicar a campanha? Qual tem sido sua estratégia para conseguir atingir o maior número de eleitores?

JOSEMAR - Acho que mais que o tempo, o que prejudica a campanha é o horário eleitoral e a forma como as campanhas são feitas. Temos apenas 45 dias com o horário eleitoral desigual, quando os partidos pequenos e ideológicos são jogados para escanteio. Eu tenho apenas 12 segundos enquanto outras candidaturas têm dois, três minutos. Essa reforma eleitoral feita pelo Eduardo Cunha visa mesmo excluir. O maior problema não são os 45 dias, mas sim as regras que são desiguais. Apesar de não haver mais financiamento de empresas, essas campanhas mantém o status quo que está a política hoje. Nossa ideia para atrair é falar a verdade.

OSG - O senhor já se colocou diversas vezes a favor da legalização do transporte alternativo. O senhor não se constrange com o apoio do ex-vereador Mota da Copasa, acusado de envolvimento na ‘máfia’ das vans em São Gonçalo?

JOSEMAR - O ex-vereador Mota da Copasa está em outra chapa. Ele é do PTB e não é aliado da minha candidatura. Isso não é uma verdade. Mas os trabalhadores do transporte alternativo, pessoas que vivem do seu suor e foram massacrados pela atual gestão, esses nos apoiam abertamente. Quero ter esse apoio, enquanto os outros têm apoio dos empresários de ônibus. Na minha campanha não tem dinheiro de nenhuma das empresas de ônibus que dominam a cidade.

Matérias Relacionadas