Barricadas do tráfico estão há dois anos em ruas de São Gonçalo

“Faz dois anos que a Rua Cecília Ferreira de Carvalho está assim. Ela dá acesso a um dos pontos de venda de drogas. Nunca houve ação da polícia para liberar as ruas. A Segurança Nacional esteve aqui, mas as barricadas permaneceram”.

O relato do morador do Luiz Caçador é de alguém sem esperanças. A imagem do bairro residencial, no qual boa parte dos vizinhos se conhece há décadas, ficou nas lembranças de quem frequenta as ruas 31 de Março, Marquês de Valença, Padre Belchior Pinheiro de Oliveira e Malheiro Dias.

“Dá para lembrar como era ao olhar os endereços na internet. Nem sempre há alternativas de trajetos pra chegar em casa. Os traficantes pedem que a gente suba com o alerta do carro ligado e para avisar quando for chegar visita”, acrescenta.

Histórias como as dos moradores de Luiz Caçador têm movimento o “Tem barricada A?í”, canal de comunicação lançado por O SÃO GONÇALO para receber denúncias sobre ruas interditadas na região. Em poucos dias, são mais de 60 relatos sobre pelo menos 25 bairros.

Barricadas inusitadas - Na esquina da Rua Raul Porto com a Joel Guimarães, em Monjolos, são os próprios traficantes que impedem o fluxo. Ao lado de dois galões de lixo, eles vendem drogas e fiscalizam a circulação. Em Tribobó, até carros têm servido como objetos para fechar as vias. Na Estrada da Fazendinha, a poucos metros da RJ-104, veículos roubados e geladeiras prejudicam o acesso.

Jardim Catarina -Na terça à noite, o bairro ganhou mais barricadas. Um caminhão despejou terra na Rua Cristiano Figueiras, na esquina com a Pedro Ferreira e também no encontro da Marcos da Costa com a Lamartine Babo. Ali restou somente um acesso, onde criminosos atiram naqueles que não se identificam ao passar.