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Drag queen é agredida com foice na Trindade em São Gonçalo

Jovem levou mais de 40 pontos

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 01 de outubro de 2017 - 07:30
Drag queen é agredida em São Gonçalo
Drag queen é agredida em São Gonçalo -

Deveria ser uma noite de comemoração, mas se transformou em um verdadeiro filme de terror.

Um jovem de 19 anos, cabeleireiro autônomo, foi vítima de agressão com foice, na madrugada da última quinta-feira (28), na Trindade, em São Gonçalo. A agressão teria sido motivada por homofobia, uma vez que o rapaz é drag queen.

A vítima, que recebeu os títulos de Princesa Gay Região dos Lagos e foi consagrada a 1ª Miss Universo Gay do Rio de Janeiro, comemorava com os amigos em um bar localizado próximo à Praça Trindade, a viagem que faria, neste final de semana, para participar do concurso Miss Brasil Universo Gay.

Por volta de 2h, o rapaz estava indo embora com um amigo, quando, ao passarem por uma rua, se depararam com uma briga de torcidas. Ele conta que um dos envolvidos começou a gritar “tá olhando o quê, viado?” e o agrediu com uma garrafa de cerveja. Ele diz que, nesse momento, caiu no chão e outro homem começou a agredi-lo com uma foice, enquanto o primeiro agressor entrava em luta corporal com seu amigo. Em seguida, o cabo da foice se soltou e o amigo da vítima conseguiu reagir aos agressores, fazendo com que eles fugissem.

“O tempo inteiro ele gritava que ia me matar”, conta o rapaz. “Vejo ele como um psicopata que agrediu gratuitamente uma pessoa que estava passando na rua”, acrescenta.

Pessoas que passavam pelo local não prestaram socorro. Seu amigo o levou para casa e um vizinho ajudou a socorrê-lo. Desnorteado, somente no hospital ele teve noção da gravidade de seus ferimentos. Foram mais de 40 pontos e cortes no pescoço, cabeça, braço e nariz.

O rapaz relata que nunca havia sofrido preconceito e que o apoio recebido das ONGs está sendo fundamental para sua recuperação.

“Sei que nós, LGBTs, passamos por muitas dificuldades. Somos minorias e sofremos diariamente com agressões. Mas, quando eu via os relatos, acreditava ser exagero, que nunca aconteceria comigo. É muito triste ter que passar por isso”, disse o jovem, que fará o registro de ocorrência quando conseguir se locomover melhor.

O programa Rio Sem Homofobia acompanha o caso.

Denuncie – Vítimas de violência por LGBTfobia podem fazer denúncias através do Disque Cidadania LGBT. O canal funciona de segunda à sexta-feira, das 8h às 20h, pelo telefone 0800 023 4567.

Outro caso – No fim de julho, a travesti Jéssica Alef sofreu uma tentativa de homicídio num hotel em Alcântara, São Gonçalo. Ela foi brutalmente agredida, enforcada e teve 50% de seu corpo incendiado por Fábio Barreto, preso em agosto em Araruama.

Leia:

Travesti é espancada e tem 50% do corpo queimado em São Gonçalo

(Sany Medeiros/Thaís Gesteira)

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