Jéssica se recupera de ataque e quer fazer curso de cabeleireira

Quase um mês após ter sofrido uma tentativa de homicídio, que a deixou com cerca de 50% do corpo queimado, a travesti Jéssica Dimy, de 23 anos, ainda se recupera do atentado, numa cama do Hospital Estadual Alberto Torres (Heat), no Colubandê. Ontem, a equipe de O SÃO GONÇALO conversou com Jéssica, que revelou seus planos para o futuro.

"Quero voltar a estudar e fazer um curso de cabeleireira", planeja. Jéssica, que vem recebendo apoio psicológico da equipe do hospital, além de acompanhamento do grupo LGBT Liberdade e Santa Diversidade, e o carinho da família, disse que pretende continuar com sua identidade travesti, mas não pensa em voltar a fazer programas de prostituição.

“Quero estudar e trabalhar como cabeleireira. O pessoal já conseguiu para mim um curso, que sempre foi meu sonho. Também quero arrumar vaga em uma escola para terminar o Ensino Médio. Eu parei na 8ª série e sei o quanto os estudos são importantes”, contou.

Ela revelou que sentiu muito medo durante essa fase após o crime, mas que agora se sente mais segura, como toda a solidariedade que vem recebendo. A previsão é de que em um mês Jéssica receba alta, mas ainda terá que passar por cirurgias plásticas para recuperação dos ferimentos, que atingiram parte de uma orelha, pescoço e o restante do corpo.

“As pessoas têm que abrir mais a mente. O que sofri foi um ato de preconceito. Ele (o acusado) só queria me usar e depois me destratar. Agora estou esperando melhorar para seguir com minha vida. Os médicos já me falaram que não devo ficar com sequelas”, afirmou.