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‘Por que mataram minha mãe?’

Familiares de professora morta em SG pedem justiça seis meses após o crime

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 22 de julho de 2017 - 09:00
Filho de Rosemary, Francisco participou de uma homenagem à mãe na escola em que ela trabalha em Marambaia, na manhã de sexta-feira
Filho de Rosemary, Francisco participou de uma homenagem à mãe na escola em que ela trabalha em Marambaia, na manhã de sexta-feira -

Por Thuany Dossares

Já se passaram seis meses da morte da pedagoga Rosemary de Souza Pinto, 52 - executada a tiros na porta do colégio da família, em Marambaia, São Gonçalo - e o sentimento que angustia seus parentes é o de impunidade. Na tarde de ontem, funcionários e alunos da Escola de Ensino Fundamental (Edef), onde a vítima trabalhava, promoveram o “Arraial da Rôsinha”, em homenagem à professora, e aproveitaram o evento para clamar por justiça.

O crime foi cometido na manhã do dia 26 de janeiro, na Rua Liberdade, por dois ocupantes de uma motocicleta que chegaram à instituição de ensino perguntando pela vítima. “Eu não quero vingança, ninguém da minha família quer. Não desejamos a morte para essas pessoas, nada disso. Só queremos que paguem pelo que fizeram. Eu só quero justiça. Tiraram a vida de uma pessoa muito querida, que não tinha inimizades, nem problemas com ninguém. Tenho uma interrogação na minha cabeça. Por que mataram a minha mãe? Eu tenho um sentimento de impunidade, convivo com uma angústia”, desabafou o auxiliar administrativo Francisco Saboia Júnior, de 19 anos, filho da vítima.

Com os assassinos da mãe ainda em liberdade, Francisco teme pela sua segurança e a de sua família. “O que fizeram com a minha mãe foi uma execução. Chegaram perguntando por ela e deram dois tiros na cabeça e um no peito. E, seguida, fugiram sem levar nada. Eu tenho medo de que façam algo comigo ou com alguém da minha família. Ando nas ruas com medo”, desabafou o auxiliar administrativo. Irmã de Rosemary, a dona de casa Regina de Souza Pinto, 71, contou, emocionada, como tem sido a vida da família após o crime. “Rose era caçula de oito irmãos e quem fez isso não matou apenas ela, matou a família inteira. Meus dias têm sido horríveis. Perdi oito quilos desde e não sei o que é dormir direito desde quando ela partiu. Tenho irmãos que vivem internados. Ela era uma pessoa maravilhosa, mãe excelente, muito querida. E teve um fim tão triste.. Só queremos justiça. Sabemos que ela não irá voltar, mas essa covardia não pode ficar sem resposta”, lamentou Regina.

A secretária Neuzimar de Souza Pinto, 66, outra irmã da pedagoga, diz que a família acredita na polícia e que torce para que os bandidos se arrependam.

“A gente crê na polícia. Preciso de uma resposta para dar aos pais dos alunos, para os amigos. Entregamos quem fez isso na mão de Deus e torcemos para que eles se arrependam e peçam perdão, reconheçam o erro”, declarou a secretária.

Investigações - Policiais da Divisão de Homicídios de Niterói, Itaboraí e São Gonçalo (DHNISG) trabalham com duas linhas de investigação para esclarecer a morte de Rosemary, uma delas sobre litígio e outra sobre tráfico.

De acordo com as DH, a vítima não aceitava ações de traficantes nos arredores da escola. Além disso, ela estaria com processos na justiça contra o ex-marido e a atual mulher dele teria a ameaçado. Os agentes também investigam se a sucessão de crimes sofridos pela pedagoga têm relação com a sua morte. Meses antes de ser assassinada, Rosemary teve sua casa invadida por bandidos e ainda sofreu um sequestro-relâmpago. “Temos duas linhas de investigação e já temos alguns suspeitos. Não posso dar mais detalhes para não prejudicar o andamento do nosso trabalho”, explicou o delegado Marcus Vinícius Amim, responsável pelo caso.

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