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PMs presos respondem a mais de 250 autos de resistência

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 01 de julho de 2017 - 08:00
Segundo a DH, 80 PMs e 22 traficantes foram presos durante a Operação Calabar, deflagrada na última quinta-feira
Segundo a DH, 80 PMs e 22 traficantes foram presos durante a Operação Calabar, deflagrada na última quinta-feira -

Por Gustavo Carvalho e Thiago Soares

Os 96 policiais militares denunciados na Operação Calabar - que investiga o envolvimento dos agentes com traficantes de São Gonçalo - foram responsáveis por pelo menos 250 autos de resistência (homicídios decorrentes de intervenção policial). O Ministério Público (MP) acredita que alguns destes casos possam ter sido forjados como forma de obrigar os criminosos a pagarem propina, os achados ‘arregos’.

O elevado número de mortes durante operações da PM chamou a atenção de agentes da Divisão de Homicídios de Niterói, Itaboraí e São Gonçalo (DHNISG). Segundo o delegado Marcus Amim, este número pode dobrar, se considerado os autos de resistência em que os 96 PMs aparecem como testemunhas.

“Estamos falando deste número quando eles são autores diretos. Se contarmos os que eles entram como testemunha, que é quando estão no local mas não são os autores, acreditamos que passa de 500 casos”, explicou.

O delegado disse ainda que o número de autos de resistência não quer dizer exatamente o número de pessoas mortas em confronto. Segundo Amim, em muitos casos, mais de uma pessoa morre por cada registro, que seguem sendo investigados pelas distritais.

“Existem casos que morrem dois ou mais e só é feito um registro. Então, esse número de 200 ou 250 ainda pode ser maior, chegando a 500. A investigação disso continua a cargo das delegacias distritais”, explicou.

No final da manhã de ontem, a polícia atualizou o números de presos na operação. Dos 172 alvos da Calabar, 80 PMs já haviam sido presos. Já o número havia chegado a 22.

Só pela manhã, dois militares já haviam se apresentaram na sede da DH, um do12ºBPM (Niterói) e outro da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Dona Marta.

Reforço - Após o pedido de prisão de 41 PMs do 7ºBPM (São Gonçalo) e 20 do 12ºBPM (Niterói), o Comando Geral da PM publicou seu boletim oficial a transferência de diversos militares para os dois batalhões. Ao todo, 66 militares lotados em UPPs serão transferidos para as duas unidades.

Policial é suspeito de roubar carro

Além da ligação de PMs com traficantes de drogas em São Gonçalo, as mais de 200 mil ligações interceptadas pela polícia durante a ‘Operação Calabar’ revelaram o envolvimento de um dos agentes com o roubo de carros no município, que registra média de 15 casos desse tipo de crime por dia.

Em mais um trecho das escutas telefônicas a que OSG teve acesso, um policial conversa com um informante, o popular X-9, sobre um veículo roubado que havia sido abandonado por traficantes numa comunidade do Barro Vermelho. O X-9 dá detalhes sobre as condições do veículo, um Meriva, furtado em Niterói. “O carrinho é bom, roda bonita”, diz o interlocutor.

Em outra gravação, os dois conversam sobre uma Frontier roubada. “O carrinho está filé (em boas condições). Por dentro, é todo de couro”, diz um deles.

Segundo as investigações, os veículos roubados eram clonados pela quadrilha. Os automóveis eram levados para oficinas clandestinas, onde as placas eram trocadas. Em seguida, eles poderiam ser vendidos ou até utilizados pelos próprios agentes durante operações ilegais em favelas de São Gonçalo.

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