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Um ‘batalhão’ de policiais a serviço do tráfico em SG

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 30 de junho de 2017 - 09:00
 Uma autêntica ‘força-tarefa’, composta por policiais civis, foi montada para cumprir os mandados de prisão
Uma autêntica ‘força-tarefa’, composta por policiais civis, foi montada para cumprir os mandados de prisão -

Por Marcela Freitas e Thiago Soares

Quase seis anos após a morte da Juíza Patrícia Acioli, o 7ºBPM (São Gonçalo) voltou ao centro das atenções, desta vez, por envolvimento em um dos maiores casos de corrupção da Polícia Militar. Uma investigação da Delegacia de Homicídios de Niterói Itaboraí e São Gonçalo (DHNISG), iniciada em fevereiro de 2016, resultou na operação Calabar, na qual os agentes públicos são acusados de receber propina para facilitar a vida de traficantes da cidade.

A megaoperação tinha como objetivo cumprir 185 mandados de prisão, sendo 97 de PMs denunciados por corrupção e o restante de traficantes. Todos os envolvidos são lotados ou já prestaram serviços ao Batalhão de São Gonçalo. Atualmente, de acordo com a investigação, 41 PMs permaneciam no 7ºBPM, 20 foram transferidos para o 12ºBPM (Niterói), 15 estavam alocados no 35ºBPM (Itaboraí) e o restante estava espalhado em batalhões do Rio. Ao todo, 110 delegados da Polícia Civil, mais de 500 agentes, além de homens do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público (MP-RJ), e da Corregedoria da Polícia Militar, participaram da ação, considerada uma das maiores do Rio de Janeiro dessa espécie. Todas as ações investigadas ocorreram entre 2014 e 2016.

PM diz que participou da investigação – “Policiais militares, todos nós iniciamos o dia de hoje incomodados pela operação que está em curso. Sentimos na própria pele toda vez que policiais militares são acusados de crimes graves. Mas não podemos deixar de ressaltar que se trata de uma operação necessária para nos fortalecer. A operação de hoje, ao contrário do que alguns querem construir, teve participação constante da Corregedoria Interna da PM, o que mostra que não foram órgãos externos que protagonizaram essa ação. Desafiamos outro órgão correcional de qualquer segmento profissional a mostrar resultados tão contundentes quanto a Corregedoria da PM na apuração de desvios e exclusão de seus agentes”, informou em nota, o Comando Geral da PM, através da Assessoria de Imprensa.

A PM informou que a resolução das perdas de efetivo do 7ºBPM já está sendo estudada. O secretário da segurança do Estado, Roberto Sá, lamentou o fato, disse que não vai haver tolerância com o recebimento de propina e chegou a afirmar que a corrupção é o maior problema nacional.

“Pelo cenário que encontramos hoje, posso falar que é o maior problema do país. Acontece em muitas instituições e na polícia não é diferente. Mas o fato é que não vai haver tolerância com qualquer tipo de conduta, muito menos com a corrupção”, enfatizou.

Outros escândalos -Essa não é a primeira vez que policiais do Sétimo Batalhão estão envolvidos em grandes investigações. Em 2011, onze policiais foram acusados de participação na morte da Juíza Patrícia Acioli, executada com 21 tiros, em frente ao condomínio onde morava, em Niterói. Entre os policiais acusados estava o então comandante do 7º BPM, coronel Cláudio Luiz Oliveira.

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