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Empresário de SG é preso com 60 fuzis para o tráfico

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 02 de junho de 2017 - 09:30
Fuzis estavam escondidos em containeres que traziam aquecedores de piscinas de Miami, nos Estados Unidos. De acordo com as investigações, parte das armas seria destinada à comunidades de São Gonçalo, como o Complexo do Salgueiro
Fuzis estavam escondidos em containeres que traziam aquecedores de piscinas de Miami, nos Estados Unidos. De acordo com as investigações, parte das armas seria destinada à comunidades de São Gonçalo, como o Complexo do Salgueiro -

Por Daniela Scaffo e Thuany Dossares

Agentes da Delegacia de Roubos e Furtos de Carga (DRFC), com apoio da Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos (Desarme), apreenderam 60 fuzis no terminal de cargas do Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro (Galeão), na manhã de ontem. Quatro pessoas foram presas durante a ação, entre elas, um empresário gonçalense e seu comparsa. Essa foi uma das maiores apreensões de armas de guerras já registradas na história do país.

Entre as armas apreendidas estavam 45 do modelo AK-47, 14 de AR-10 e outra G3, todas calibre 7.62, que vieram de Miami, nos Estados Unidos, dentro de containers que transportavam aquecedores de piscinas. O armamento estava com numeração raspada, para evitar que fosse rastreado. Também foram encontrados carregadores e munições.

A carga, que chegou em dois voos diferentes, tinha declaração de importação dos dias 23 e 31 de maio. As investigações foram iniciadas há cerca de um ano e meio e a suspeita era de que televisores estariam sendo utilizados para esconder as armas.

De acordo com a polícia, parte desses fuzis seriam destinados para o Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo. Ainda segundo as investigações, o empresário, identificado como João Vítor Silva Rosa e seu comparsa, José Carlos dos Santos Lins, seriam responsáveis pela distribuição dessas fuzis para as comunidades gonçalenses, entre outras pelo estado.

Além dos gonçalenses, o dono de uma das duas empresas que importou as armas e um uma pessoa ligada a ele foram presos. A Polícia Civil ainda pediu ajuda à polícia americana para capturar um brasileiro que está sendo procurado em Miami.

Os quatro acusados presos são considerados os maiores traficantes de armas do Brasil e negociavam os fuzis para todas as facções criminosas de diversas favelas do Rio. O empresário foi preso em São Gonçalo, numa academia de ginástica.

A apreensão é uma das maiores registradas na história do País e o prejuízo que a Polícia Civil causado aos traficantes ultrapassou R$ 4 milhões, já que cada fuzil era vendido no mercado negro por cerca de R$70 mil. Segundo a polícia, pelo menos outras 30 cargas contrabandeadas semelhantes a essa entraram no país nos últimos anos.

Durante entrevista coletiva, realizada na Cidade da Polícia, em Benfica, o secretário de Segurança, Roberto Sá, se emocionou. “Estou tomado pela emoção e pela indignação. Mas tenho que agradecer pelo trabalho da Polícia Civil. Preciso dizer que estamos em estado de calamidade pública, oficialmente, com uma série de serviços suspensos e falta de Regime Adicional de Serviço, o que não impediu que nossos policiais deem resposta à criminalidade. Eles demonstram amor à profissão e compromisso”, disse o secretário, acrescentando que nos últimos 150 dias, 250 fuzis foram apreendidos no Rio de Janeiro.

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