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Polícia investiga morte em confronto na Favela da 40

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 13 de abril de 2017 - 10:00
Luiz Farol foi baleado durante a troca de tiros e morreu na Rua Expedicionário Emílio Lopes
Luiz Farol foi baleado durante a troca de tiros e morreu na Rua Expedicionário Emílio Lopes -

Policiais da 73ªDP (Neves) investigam a morte do biscateiro Luiz Francisco da Silva, o Luiz Farol, de 51 anos, durante uma troca de tiros entre policiais do 7ºBPM (São Gonçalo) e traficantes da Favela da 40, no Boaçu, em São Gonçalo, na tarde de terça-feira. Na ação, outros dois homens foram baleados e um preso com arma e drogas.

PMs do Grupamento de Ações Táticas (GAT) informaram que realizavam uma operação na comunidade quando foram recebidos a tiros por cerca de 10 homens armados. Durante o confronto, Luiz Farol acabou baleado e morreu na Rua Expedicionário Emílio Lopes.

Além dele, Diego Manoel Medeiros de Jesus, o Barbudo, de 27 anos, e Marcos Vinícius Espírito Santo, o Mito, de 25, também foram baleados. Os jovens foram socorridos para o Hospital Estadual Alberto Torres (Heat), no Colubandê.

De acordo com os PMs, na ação foram apreendidas duas pistolas, 589 trouxinhas de maconha, dois rádios e uma balança de precisão. Uma motocicleta Honda XRE, que constava como roubada na área da 73ªDP (Neves), foi recuperada. Na ação, Jhonatan Azevedo da Silva, mais conhecido como Gordinho, 18, também foi preso, escondido numa casa, com 55 trouxinhas de maconha e quatro frascos de lança perfume.

Familiares de Luiz Farol afirmam que ele não era traficante e que um aspirador de pó que ele carregava pode ter sido confundido pelos policiais que efetuaram os disparos.

De acordo com uma das filhas da vítima, Luiz trabalhava fazendo biscates e catando lixo reciclável. “Ele tinha terminado de capinar um quintal e ganhou um aspirador de pó. Ele precisava passar por ali para chegar em casa. Na hora, todo mundo falou que o aspirador pode ter sido confundido com uma arma. Mas meu pai não era criminoso”, afirmou a jovem, que preferiu não se identificar.

Apesar do caso ter acontecido por volta das 14h, o corpo de Luiz permaneceu na comunidade até a noite, para que o local fosse periciado pela Polícia Civil. “Meu pai catava lata, catou muito abacate para vender e criar eu e meus irmãos. Ele era alegre, gostava de viver. Seu vício era sua cachaça e sua gaita, porque ele bebia todos os dias e adorava tocar sua gaita por aí. Mas traficante ele nunca foi. Todo mundo aqui gostava dele. É mais uma vida que se vai por irresponsabilidade. Mas eu não vou deixar que seja só mais uma vida. Isso não vai ficar impune”, desabafou a jovem.

Investigações - O crime foi registrado na central de flagrantes da 73ªDP e todos os envolvidos foram autuados por tráfico de drogas. Segundo o delegado Leandro Gontijo, responsável pelo caso, todos os envolvidos seriam integrantes da venda de entorpecentes da favela da 40.

“Fui pessoalmente até a comunidade para realizar a perícia. Os PMs disseram que o Luiz era ‘atividade’ do tráfico e estava indo buscar a arma e o rádio comunicador e, ao abandonar o posto, teria facilitado a ação policial. Não posso afirmar com quem estavam as armas e por isso foi instaurado um inquérito para dar prosseguimento às investigações. O local tinha todas as características de um ponto de venda de drogas, aparentava mesmo ser uma boca de fumo. Não vi nenhum familiar protestando pela morte. Apenas uma pessoa chegou a falar que ele não seria do tráfico, mas não nos acompanhou até a delegacia para prestar esclarecimentos”, declarou Gontijo.

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