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Tráfico se associa a roubo de cargas em SG e Niterói

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 03 de abril de 2017 - 08:00
Caminhão de eletrodomésticos roubado foi encontrado sem as mercadorias no Salgueiro, em SG, área com índice alto de roubos
Caminhão de eletrodomésticos roubado foi encontrado sem as mercadorias no Salgueiro, em SG, área com índice alto de roubos -

Por Marcela Freitas e Letícia Lopes

Para aumentar o faturamento em seus redutos, os traficantes de drogas da região estão, cada vez mais, investindo em outra modalidade de crime: o roubo de cargas. Segundo investigações da polícia, a grande maioria desse tipo de crime ocorrido esse ano em São Gonçalo e Niterói foi tramada nas comunidades onde há atuação de grupos ligados à venda de entorpecentes, que além de comercializarem os produtos a preços muito mais baixos que o do mercado para ‘agradar’ moradores, também abastecem comércios e pontos de camelotagem clandestinos. Em alta desde o ano passado, a prática se intensificou muito a partir do início de 2017.

Em São Gonçalo, os números são alarmantes quando comparados a Niterói e Maricá. Na primeira cidade, o Instituto de Segurança Pública (ISP) registrou, nos dois primeiros meses do ano, nada menos do que166 roubos de cargas. Isso indica que somados os dados das quatro delegacias do município, chega-se a uma média de quase três casos por dia.

Em SG a maior parte dos casos foi registrado na 72ªDP (Mutúa) - foram 33 casos em janeiro e 31 em fevereiro, o que mostra uma média de um roubo de cargas por dia. Já a 74ªDP (Alcântara) registrou também 33 casos no mês de janeiro e 11 em fevereiro. Maços de cigarros, carnes, frios, bebidas e eletrodomésticos são os ‘alvos’ prediletos dos criminosos, por serem de fácil comercialização. No caso das bebidas, quando não são vendidas a preços simbólicos, também são distribuídas gratuitamente em festas de aniversário ou bailes funks promovidos pelo tráfico.

Os números em São Gonçalo são preocupantes desde o ano passado, quando foram registrados 786 casos, o que representa uma média de 65 roubos ao mês, consolidando a nada louvável média de dois casos por dia. Já em Niterói e Maricá, apesar dos números de assaltos terem caído de 10 para 5 entre janeiro e fevereiro de 2016 e 2017 respectivamente, a ação dos criminosos também se mostra constante. Em 2016, as cinco delegacias das duas cidades registraram 76 casos de roubo de cargas, uma média de seis casos ao mês, segundo os dados do ISP.

Vários ataques nos últimos dias na cidade

As ações mais recentes de roubos de cargas na região aconteceram na semana passada. Após um homem ser preso, na sexta-feira (31), por roubar uma carga de cervejas nas proximidades da Rua da Feira, em Santa Catarina, e um carregamento do mesmo produto ser recuperado no bairro do Pita, a Polícia Militar recuperou uma outra quantidade da bebidas.

Agentes do 7ºBPM (São Gonçalo) encontraram um carregamento do produto, avaliado em R$ 85 mil, na Estrada da Meia Noite, no bairro do Anaia. Após denúncia, os militares encontraram parte da carga no chão, mas ninguém foi preso.

Na última quinta-feira (30), após policiais tentarem recuperar uma carga de aparelhos de ar condicionado no interior do Salgueiro, em São Gonçalo, roubada de uma empresa pertencente a um agente da PF, o “chefão” do conjunto de favelas, Thomás Jhayson Vieira Gomes, 23, o 2N, divulgou fotos de vários fuzis nas redes sociais, desafiando a polícia a i buscar a carga.

“Entra aqui para buscar”, escreveu 2N na legenda da fotografia com fuzis e uma espada. Foragido da Justiça pelos crimes de associação para o tráfico e tráfico de drogas, 2N controla o conjunto de favelas desde junho de 2016, quando o traficante Marcelo da Silva Leitão, o Bigode, de 27 anos, foi preso.

Robauto - Segundo informações da Delegacia de Combate às Drogas da Polícia Civil, 2N teria ganho a confiança dos líderes do tráfico no Salgueiro por causa de bem sucedidas ações de roubos de cargas em série na região, o que proporcionou o aumento do faturamento da quadrilha.

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