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Pastor evangélico é morto dentro de igreja em Itaboraí

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 28 de março de 2017 - 09:00
Pastor e guarda municipal, Custódio Gonçalves foi assassinado dentro da Assembleia de Deus
Pastor e guarda municipal, Custódio Gonçalves foi assassinado dentro da Assembleia de Deus -

Por Thuany Dossares

O pastor evangélico e guarda municipal Custódio Gonçalves, conhecido também como Tody, 57, foi morto a tiros, na noite de domingo, durante um culto na igreja Assembleia de Deus Ministério Apascentando Ovelhas, no bairro Santo Antonio, em Itaboraí. A Divisão de Homicídios (DH) investiga um cunhado da vítima como suspeito de envolvimento no crime.

De acordo com testemunhas, o culto já estava prestes a se encerrar e Custódio atualizava o quadro de avisos da igreja, na Avenida 3, quando um homem armado chegou numa motocicleta. O criminoso teria chamado o religioso para fora do templo, mas ele teria se negado a sair. Em seguida, o homem entrou e atirou pelo menos duas vezes contra Custódio, que não resistiu aos ferimentos e morreu na porta da igreja.

Policiais da Divisão de Homicídios de Niterói, Itaboraí e São Gonçalo (DHNISG) foram até o local do crime para realizar perícia técnica. Momentos depois, durante a madrugada, o cunhado da vítima foi detido pelos agentes da especializada. Suspeito de ter envolvimento na execuação, ele não confessou participação no crime.

De acordo com as investigações, o crime pode ter sido motivado pela suspeita de que Custódio teria abusado sexualmente de um sobrinho, de três anos. As suspeitas sob o pastor começaram após o menino ser levado para um hospital com um sangramento nas partes íntimas e a pediatra acreditar que o ferimento poderia ter sido causado por violência sexual. O fato chegou a ser registrado na 71ªDP (Itaboraí) e a criança fez exames de corpo de delito.

“O cunhado da vítima acusava o pastor de ter abusado de seu filho. No entanto, ele nega ter encomendado a morte do pastor, mas diz que comentou o caso com traficantes da região que não teriam gostado da história. Por enquanto ele ainda não está preso, estamos pegando seu depoimento. Vamos fazer diligências para poder identificar o atirador. Quanto à violência sofrida pela criança, vamos entrar em contato com a delegacia de Itaboraí para ter informações mais detalhadas”, esclareceu o diretor da DH, delegado Fábio Barucke.

Filho do pastor Custódio, o soldador Vander Martins Gonçalves, de 29 anos, acha um absurdo a acusação que fizeram contra seu pai. Segundo ele, o pai da criança chegou a ser preso há cerca de dois anos acusado de ter assassinado a própria esposa, e seu pai passou a criar o garoto nesse período.

“A criança ficou sem mãe, porque ele tinha matado, e ninguém quis ficar com ela. Foram meu pai e minha mãe que acolheram o bebê, cuidaram e deram todo amor e carinho. O menino aprendeu a falar com meus pais. Ele inventou essa história contra o meu pai há mais ou menos duas semanas. Inventaram uma calúnia contra ele. O bebê já estava com esse sengramento antes, mas agravou agora, achávamos até que poderia ser hemorróida”, contou Vander.

O filho do pastor disse ainda que seu pai chegou a ser ameaçado e que agora a família teme represálias.

“No grupo de whatsapp da família chegaram a mandar meu pai sair do bairro, mas ele disse que não sairia porque era inocente e não tinha porque fugir. Mas com medo de acontecer alguma coisa, não estávamos nem mais deixando meus pais dormirem em casa, mandávamos eles ficarem cada dia na casa de um filho. Meu pai é inocente. Isso desestruturou toda minha família. Agora vamos nos mudar porque estamos com medo. A acusação é muito grave. A gente está arrasado. Eu não vou conseguir nem mais andar no bairro porque temo represálias”, desabafou o soldador.

Vander contou, também, que seu pai já se canditou a vereador por Itaboraí. “Meu pai era um ser humano incrível, espetacular e muito honesto. Tinha 31 anos de Guarda Municipal. Todos no bairro gostavam dele. Se eu estou aqui hoje e sou um homem honesto, trabalhador, eu aprendi isso com meu pai e vou carregar isso para o resto da vida. Ele sempre foi muito querido no bairro, ajudou muita gente e chegou a se candidatar a vereador uma vez para poder ajudar ainda mais. Ele era um homem exemplar. Queremos justiça e que ela seja feita. Isso não vai ficar impune”, finalizou.

O corpo do pastor, que era casado e deixa três filhos e sete netos, foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML), em Tribobó, São Gonçalo.

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