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Tráfico enterrou os corpos de amigos em sítio do Salgueiro

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 21 de março de 2017 - 09:30
De acordo com o mapa, os corpos de Marcelinho e Caboré estariam enterrados num sítio (detalhe), próximo a plantação de coqueiros
De acordo com o mapa, os corpos de Marcelinho e Caboré estariam enterrados num sítio (detalhe), próximo a plantação de coqueiros -

Por Thuany Dossares

Policiais da Divisão de Homicídios de Niterói, Itaboraí e São Gonçalo (DHNISG) investigam a informação de que os corpos do caminhoneiro Joel Gustavo de Lima Soares, o Caboré, de 32 anos, e de seu amigo de infância, o metalúrgico Marcelo da Cunha Ferreira Soares, o Marcelinho, 33 - mortos por traficantes do Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, em janeiro - teriam sido enterrados num sítio abandonado em Itaoca.

OSG teve acesso a um mapa, elaborado por uma testemunha, de que os corpos dos amigos estariam num sítio abandonado, próximo a uma plantação de coqueiros, no final de uma das estradas que circunda o antigo lixão, na direção da localidade do Areal.

Os agentes da DH apuram a informação de que um dos chefe do tráfico do conjunto de favelas, Thomás Jhayson Vieira Gomes, o 2N ou Neném, de 23 anos, e seu segurança, Luiz Ricardo Monteiro Cunha, o Ricardinho, teriam obrigado operadores das máquinas retroescavadeiras, que trabalham para a empresa responsável por administrar o passivo do lixão de Itaoca, a cavarem covas clandestinas.

Os bandidos já estariam monitorando Caboré e Marcelinho há um tempo e abordaram a dupla próximo ao antigo Destacamento de Polícia Ostensiva (DPO) do Salgueiro, quando eles saiam de um baile funk no Conjunto da Marinha.

Antes de sentenciá-los à morte, o próprio 2N teria ligado para traficantes do Conjunto BNH, em Marambaia - onde os amigos foram nascidos e criados. Os criminosos, que também integram a facção Comando Vermelho (CV), teriam concordado com as execuções, alegando que os dois eram próximos de policiais do bairro. Durante a negociação, Marcelinho teria gritado pedindo socorro, sendo baleado ainda no local, antes de ser assassinado.

Os agentes do Setor de Descoberta de Paradeiros da DH ainda investigam o caso para tentar encontrar os corpos, que seguem desaparecidos.

Recordando - Amigos desde a infância, Caboré e Marcelinho foram a um baile funk no Conjunto da Marinha, na noite do dia 14 de janeiro. Quando se preparavam para ir embora, já no início da manhã do dia seguinte, traficantes do Complexo do Salgueiro os abordaram. A motocicleta de Caboré, uma Yamaha R6 preta, teria chamado a atenção dos bandidos, que confundiram a dupla com policiais.

Hotel do tráfico - Após receberem uma informação de que traficantes do Complexo do Salgueiro iriam participar de um baile funk na Praia da Luz, com o início na tarde de domingo, policiais da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) realizaram uma operação na localidade, no início da manhã de ontem.

A ação contou com o apoio de veículos blindados, o caveirão, e houve troca de tiros, mas não houve feridos. O objetivo era capturar um dos chefes do tráfico Thomás Jhayson Vieira Gomes, o 2N ou Neném, de 23 anos, e seu segurança, Luiz Ricardo Monteiro Cunha, o Ricardinho, mas eles conseguiram escapar.

O local escolhido para o evento era um hotel desativado. Construído na década de 190 para receber turistas, que na época frequentavam a Praia da Luz, atualmente, o espaço, que conta com piscina e churrasqueira, é frequentado por traficantes.

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