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Mulher pagou R$ 20 mil por execução de irmã e família

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 25 de fevereiro de 2017 - 08:30
Simone contratou Gabriel, que está foragido, e Diogo, preso ontem por agentes da DH, para matarem a própria a irmã, o cunhado e a sobrinha, de apenas 9 anos
Simone contratou Gabriel, que está foragido, e Diogo, preso ontem por agentes da DH, para matarem a própria a irmã, o cunhado e a sobrinha, de apenas 9 anos -

Por Thuany Dossares

Policiais da Divisão de Homicídios estão realizando buscas para prender Simone Gonçalves Resende, 46, e Gabriel Botrel de Araújo Miranda, de 19 anos. Eles são acusados de envolvimento no assassinato do advogado Wagner da Silva Salgado, 42, de sua esposa, Soraya Gonçalves de Resende, 37, e da única filha do casal, Geovanna Resende Salgado, de apenas nove anos, no Barro Vermelho, em São Gonçalo, no último dia 17. O Portal dos Procurados do Disque-Denúncia (2253-1177) divulgou o cartaz oferecendo R$ 2 mil para quem tiver informações que auxiliem a polícia a capturar a mandante do crime, irmã de Soraya, e um dos atiradores.

No final da noite de quinta-feira, enquanto faziam diligências em Saquarema para tentar prender os acusados que ainda estão em liberdade, os agentes da DH localizaram Diego Moreira da Cunha, de 23 anos, que também participou do crime. Contra ele foi cumprido um mandado de prisão temporária por homicídio.

Em depoimento, Diego contou que Simone contratou tanto ele quanto Gabriel para matar a família da própria irmã pela quantia de R$ 20 mil, mas que ele só ficaria com R$ 2 mil. A maior parte do dinheiro seria paga a Gabriel porque ele teria tido uma participação maior no crime.

De acordo com as investigações, o jovem, que segue foragido, seria exímio atirador, filho de um instrutor de tiro e colecionador de armas. Gabriel teria fornecido a pistola calibre 380 e o revólver calibre 32, além do carro da mãe, um Prisma prata, para serem usados no crime. Inclusive, o rapaz teria usado de seus conhecimentos para improvisar um abafador de ruídos e poder atirar sem fazer barulho.

“Chegamos muito perto de prendê-lo. Ele estava de moto e quando viu a aproximação da nossa equipe abandonou o veículo e saiu correndo para dentro do mato. Sabemos que ele é um exímio atirador, tem apenas 19 anos, mas sabe tudo sobre manuseio de armas. A participação dele se deu por conta disso. O pai dele tem um estande de tiros em casa, então ele aprendeu a atirar desde cedo. Ele é muito temido pelos dois que o denunciaram”, explicou o delegado Fábio Barucke, diretor da DH.

Além de Diego, os filhos gêmeos de Simone, Lucas e Matheus Resende Khalil, 23, também já foram presos, na quarta-feira.

Inicialmente, em depoimento, Matheus disse que apenas teria facilitado a entrada dos atiradores, sem saber que seus tios e sua prima seriam mortos. Mas os agentes descobriram que Diego e Gabriel eram seus amigos e que ele sabia de tudo desde o início.

Já Lucas afirmou não ter ciência de que ocorreriam os assassinatos, mas que esperava que um dia isso pudesse acontecer devido ao ódio que a mãe nutria pela irmã adotiva Soraya. “O certo é que Matheus, o irmão caçula, Gabriel e Diego vieram juntos de Saquarema para o local do crime, diferentemente do Lucas. Todos já confessaram isso. O adolescente teria ficado o tempo todo no apartamento da avó, que estava acordada na hora. O Gabriel entrou na casa das vítimas pela janela e depois abriu a porta para Matheus e Diego entrarem. O Matheus apontou onde era o quarto em que todos estavam. O que temos que definir agora é quem são os atiradores. O Matheus afirma que Diego e Gabriel foram os atiradores. Já Diego acusa Matheus e Gabriel”, explicou o delegado Fábio Barucke.

A Polícia Civil já pediu à Justiça o bloqueio do passaporte de Simone e todos os bens dela ligados ao inventário do pai, que acabou gerando a morte da família.

Vizinhos se mudam

Sete dias após a chacina, moradores da pacata Rua Aurélio Pinheiro, no Barro Vermelho, em São Gonçalo, ainda estão em estado de choque. Muitos, inclusive, pensam em se mudar do prédio onde ocorreu o crime.

“Não gostamos de falar sobre o assunto, todos aqui ainda estão em estado de choque, perplexos. O primeiro baque foi por causa da morte deles dentro de casa enquanto dormiam. O segundo foi o motivo dessa barbárie: a ganância”, declarou uma moradora do prédio, que preferiu não se identificar.

A sensação de insegurança desde o último dia 17 tem afetado diretamente a vida dos vizinhos do casal. Uma moradora deixou o prédio e se mudou para outra casa no mesmo bairro porque não estava conseguindo mais conviver com a situação. Outros moradores também estão organizando suas mudanças.

“As pessoas não estão mais conseguindo ficar dentro desse prédio, pois o clima lá está pesado. Muita gente não consegue mais dormir direito, comer. Algumas pessoas não ficam sozinhas em casa com medo, temem que alguém invada o prédio novamente. Tem sido muito difícil para todo mundo”, desabafou um comerciante, que optou pelo anonimato.

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