Chacina em SG: irmãs brigavam por uma herança de R$ 7 milhões

Por Renata Sena

Sete milhões de reais. Foi o que teria motivado as execuções do advogado Wagner Salgado, de 42 anos, de sua esposa e de sua filha, de apenas nove anos de idade, no Barro Vermelho, em São Gonçalo. A principal suspeita de ser a mandante do crime, a irmã de uma das vítimas, informou em depoimento que esse é o valor estimado da herança em bens, disputada na Justiça desde 1996.

“O caso corre na Justiça há muitos anos. Em depoimento, a suspeita informou que elas se davam bem e que a sobrinha era o amor de sua vida. No entanto, podemos afirmar que uma briga judicial tão longa só acontece em caso de litígio”, explicou Barucke.

Além disso, as investigações apontaram que os assassinos usaram duas armas na chacina. “Inicialmente, identificamos perfurações de 380. Agora, constatamos no IML que existia também perfuração de revólver calibre 32 nos corpos das vítimas. Estamos imaginando que duas pessoas estavam no local, a terceira pode ter ficado do lado de fora”, explicou o delegado Fábio Barucke, diretor da Divisão de Homicídios de Niterói, Itaboraí e São Gonçalo.

A descoberta do uso de outra arma apresentou uma nova dinâmica nos fatos. “Pode ter ocorrido uma briga entre os dois autores e um pode ter atirado no outro, o que quebrou os dentes que encontramos na cena do crime”, explicou Barucke. “Também consideramos que possa ter ocorrido um disparo acidental”, emendou.

Segundo peritos, o corpo da pequena Geovanna Resende, de 9 anos, primeira a ser atingida pelos criminosos, apresenta um tiro de cada calibre. Já a mãe da menina, Soraya Resende, 37, foi atingida por dois disparos do revolver calibre 32. Já Wagner foi morto com quatro tiros de pistola 380.