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Agente penitenciário é morto após comemorar aniversário

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 03 de fevereiro de 2017 - 08:30
Carro de Neto foi atingido por vários tiros de fuzil durante o confronto com os ladrões de carga
Carro de Neto foi atingido por vários tiros de fuzil durante o confronto com os ladrões de carga -

Por Thuany Dossares e Renata Sena

Era para ser o desfecho de uma noite de festa para o inspetor da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) e professor universitário João Alfredo Teixeira Neto. No entanto, ele acabou assassinado com tiros de fuzil, no bairro Boa Vista, na madrugada de ontem, logo após comemorar com os amigos seus 35 anos de idade.

Neto, que era lotado no Instituto Penal Edgard Costa, no Centro de Niterói, voltava para casa em seu Cross Fox vermelho, por volta de 1h, quando flagrou um homem armado roubando um caminhão que transportava carga de paletes de madeira, na Rua Governador Agamenon Magalhães.

O agente da Seap tentou impedir a ação e teria chegado a trocar tiros com o criminoso, quando ocupantes de dois carros, armados com fuzis, chegaram por trás e surpreenderam a vítima. Durante o intenso confronto, Neto acabou baleado e morreu no local.

Um morador do bairro, identificado como Abdoral Francisco de Oliveira, de 34 anos, que passava pelo local no momento da troca de tiros, acabou atingido por uma bala perdida próximo a uma das costelas. Ele foi socorrido para o Pronto Socorro São Gonçalo (PSSG), no Zé Garoto, e encontra-se internado em estado estável.

Policiais da Divisão de Homicídios de Niterói, Itaboraí e São Gonçalo (DHNISG) foram até o local do crime para realizar perícia técnica e recolheram mais de 40 estojos de fuzil calibre 5.56. A arma do inspetor não foi encontrada.

Moradores do bairro disseram ter vivido momentos de pânico por causa do tiroteio. “Minha mãe e minha filha acordaram com os disparos, nos jogamos no chão assustadas. Que desespero! Quando achávamos que tinha acabado, continuavam os tiros. Foram mais de dez minutos de tiroteio”, comentou a dona de casa Larissa Camile, 18.

Investigações - Formado em Biologia, Neto também era professor da Universidade Salgado de Oliveira (Universo), onde se formou há nove anos. Segundo amigos e ex-alunos, ele era muito querido. “Muito parceiro, bom demais, não fazia mal a ninguém. Lamentável, ele estava voltando da comemoração do aniversário”, lamentou um inspetor da Seap, que optou pelo anonimato.

De acordo com o delegado Wilson Palermo, da DH, responsável pelas investigações, a principal linha de investigação é a de latrocínio (roubo seguido de morte). “Foi um roubo de carga que culminou na morte dele. Um latrocínio. Iremos analisar imagens de câmeras de segurança para poder confirmar a dinâmica do fato e identificar os criminosos. Agentes já estão na rua fazendo diligências para elucidarmos o crime”, explicou o delegado.

Sepultamento - Cerca de 250 pessoas, entre amigos, colegas de trabalho e familiares, se despediram de Neto, no Cemitério do Maruí, no Barreto, em Niterói, ontem à tarde. Num clima de indignação, o silêncio dos presentes foi rompido apenas pela salva de palmas, realizada antes do cortejo fúnebre. Muito abalados, ninguém tinha condições de falar sobre o caso.

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