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Menino escapa da morte em SG após colocar terço no pescoço

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 14 de janeiro de 2017 - 08:30
A avó Zeli e o pai acreditam que Richard foi salvo por um milagre e atribuem o feito a fé em Nossa Senhora Aparecida, de quem todos os familiares são devotos
A avó Zeli e o pai acreditam que Richard foi salvo por um milagre e atribuem o feito a fé em Nossa Senhora Aparecida, de quem todos os familiares são devotos -

Por Thuany Dossares

Com uma vela acesa, um terço sobre a foto do neto e as mãos juntas em sinal de oração, a dona de casa Zeli Gomes de Almeida Macaé, 66, agradece a Nossa Senhora Aparecida pelo livramento dado ao seu único neto, Richard Lúcio de Oliveira Macaé, de seis anos, vítima de uma bala perdida na noite de quinta-feira, no bairro Coelho, em São Gonçalo. O menino foi atingido na barriga por um disparo, que parou na pele e não atingiu nenhum órgão, momentos depois de colocar um terço no pescoço. A avó de Richard acredita que ele tenha sido salvo pela fé.

“Temos certeza de que foi Deus que o livrou de sofrer qualquer coisa pior. Ele tinha acabado de colocar o terço no pescoço quando aconteceu tudo isso. Foi a mão de Deus que o protegeu”, declarou Zeli, emocionada.

Richard mora com a mãe, em Santa Luzia, mas está passando parte das férias escolares na casa da família do pai, na Rua Doutor Garcia Pires. Por volta das 20h, ele pediu ao pai, o pintor Leandro Lúcio Gomes Macaé, de 40 anos, para brincar com um amiguinho, que mora na casa da frente. Leandro ficou do portão vigiando o filho atravessar a rua, quando ocupantes de um Celta prata e de uma caminhonete dourada passaram atirando pela Rua Expedicionário Valter José de Souza.

“Estávamos no portão, eu e minha mãe, olhando o Richard. Os caras vieram atirando para tudo quanto é lado. Um tiro pegou no lado direito da barriga dele. Quando o vi sangrando, entrei em desespero. Ele estava muito assustado, com medo e me perguntava toda hora: ‘Eu vou morrer, papai?’. Eu só o abraçava forte e dizia que ia ficar tudo bem”, recordou o pintor.

O menino foi socorrido por vizinhos e levado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Colubandê. Em seguida, acabou transferido para o Hospital Estadual Alberto Torres (Heat), onde passou por cirurgia e encontra-se internado em estado de saúde estável.

“Não tem como explicar a dor que é ver um filho baleado. É terrível, a pior dor do mundo. Nem nos meus piores pesadelos pensei que fosse passar por uma situação dessas. Ele é meu único filho. Mas foi Deus que o livrou, sem dúvida alguma. Estávamos mexendo no armário, tinha um cordão e um terço. Ele gostou mais do terço e pediu pra colocar. Ele vai ficar bem, já abriu os olhos e me deu um sorriso. Richard é muito alegre, forte, guerreiro. Está feliz que agora passou para o primeiro ano na escola e vai aprender a ler e escrever”, contou o pintor, muito emocionado.

Momentos depois do tiroteio, PMs do 7ºBPM (São Gonçalo) encontraram o Celta prata usado pelos autores do disparo. O caso foi registrado na 74ª DP (Alcântara).

Bairro violento - Há menos de 15 dias, o OSG publicou reportagem sobre a insatisfação dos moradores com a violência na região. A população chegou a colocar faixas nas ruas Olinto Guedes e a Bento Azevedo, para fazer um alerta sobre os roubos, com os dizeres: “Tráfego constante de assaltantes, cuidado”.

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