Instagram Facebook Twitter Whatsapp
Dólar R$ 5,1937 | Euro R$ 5,5292
Search

Tráfico cobra ‘pedágio’ para liberar ponto de ônibus em SG

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 27 de outubro de 2016 - 10:29
Ordem para realizar cobrança da empresa teria partido do traficante Arthur, que está foragido.
Ordem para realizar cobrança da empresa teria partido do traficante Arthur, que está foragido. -

Por Thuany Dossares

Agentes da 72ªDP (Mutuá) investigam uma denúncia de que traficantes do Morro da Doze, no Mutuapira, em São Gonçalo, estariam cobrando R$ 20 mil e dezenas de cestas básicas por mês para permitir que ônibus que fazem a linha 526 (Antonina x Niterói), parem em seu ponto final, na Rua Manuel Serrão.

Na manhã de ontem, uma equipe de OSG esteve no bairro e confirmou que a última parada do coletivo realmente não estava mais em seu local de origem, sendo transferido para a Avenida Abaeté.

De acordo com as investigações, o traficante Arthur Marques Quintanilha, o Arthur Mirringa, de 48 anos - líder da venda de drogas no Morro da Doze - teria ordenado que seu ‘braço direito’, identificado apenas como Baré, fosse junto com seus ‘soldados’ até o ponto final da linha 526 para fazer a negociação. Cerca de dez homens armados de pistolas e fuzis, divididos em motocicletas, teriam ido até o ponto de ônibus, na última semana, e exigido que a empresa pagasse R$ 5 mil por semana, além de 80 cestas básicas para permitir que os veículos parassem no local. A companhia teria se recusado a acatar a ordem dos bandidos. Dois dia depois, traficantes teriam retornado e ameaçado atear fogo nos veículos caso a negociação não fosse feita. Desde então, há pelo menos cinco dias, o ponto final do coletivo migrou para a Avenida Abaeté. “Instauramos um inquérito para apurar essa informação e estamos investigando o caso. Até o momento, a empresa de ônibus não nos procurou, mas nós iremos entrar em contato com eles. Pedimos também que a população colabore conosco, fazendo denúncias através do nosso Whatapp (99020-2457) e nos ajude a identificar os traficantes que estão fazendo essa extorsão”,comentou o delegado Mário Lamblet.

Quem sofre com a imposição dos traficantes são os moradores do Bairro Antonina, obrigados a andar mais de meio quilometro por causa da mudança.

“Estamos revoltados. Viramos reféns desses criminosos, que estão fazendo o que querem e nós não podemos nem reclamar. Somos obrigados a engolir sem poder fazer nada. É muito complicado. Quem mais está sofrendo com isso somos nós, que temos que ir andando até lá fora para pegar um ônibus que passava praticamente na porta de casa”, reclamou um morador, que preferiu não se identificar.

Em nota, a empresa de ônibus informou que em decorrência de riscos constantes de assaltos no período noturno foi alterado o ponto para uma distância de 300 metros, mas só após 19h. Durante o dia, ainda de acordo com a empresa, o ponto final se mantém no local. No entanto, a equipe de OSG esteve no Bairro Antonina às 10h e verificou que a mudança também ocorre pela manhã.

Matérias Relacionadas