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Um esporte canino que atravessou o frio europeu

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 08 de maio de 2017 - 14:20
Espaços da APA do Engenho Pequeno poderão ser usados para o treinamento com os cachorros
Espaços da APA do Engenho Pequeno poderão ser usados para o treinamento com os cachorros -

A amizade entre o cão e o homem sempre foi marcada pela fidelidade. E, agora, essa parceria ganhou um aditivo com um novo esporte no Brasil. Correr sozinho não é mais emocionante do que disputar um título ao lado do seu amigão, não é? Por isso que o Canicross cruzou o oceano e deixou o frio europeu para trás para chegar até Niterói. Implantado no Brasil em 2012, pelo educador físico Willian Oliveira, de 41 anos, a modalidade já acumula adeptos em diversos estados e tem a possibilidade de fixar uma sede em São Gonçalo.

Willian conheceu o Canicross por causa de uma amiga e, em 2012, começou a praticar a modalidade. Organizador de uma competição, chamada de "Trail Run" (Corrida de Trilha), em Saquarema, na Região dos Lagos, o educador colocou, naquele mesmo ano, o esporte canino na grade do concurso. O sucesso foi tanto que ele passou a elaborar eventos exclusivos para a prática. 

“Hoje, a Canicross Brasil como evento está em dois estados – Rio de Janeiro e São Paulo – e vamos agora para o terceiro, Minas Gerais. Temos competição marcada para a cidade de São Roque (São Paulo), este mês; Saquarema, em julho e Varginha (Minas Gerais), em setembro”, conta.

Morador de Maricá, Willian estuda a viabilidade de montar uma sede do esporte na Área de Proteção Ambiental (APA) do Engenho Pequeno, em São Gonçalo. O convite foi feito pela atual responsável pelo espaço, a administradora Lu Marinho, que acredita ser o pontapé inicial para a propagação da modalidade no município. 

"Um morador do bairro me apresentou o Canicross e fiquei empolgada em trazer o esporte para movimentar a APA, além de apresentar para a população de São Gonçalo. Acredito que será apenas a porta de entrada para mais adeptos", disse Lu. 

A APA do Engenho Pequeno conecta sete bairros de São Gonçalo. É o elo entre o próprio bairro com outros, como Tribobó, Zumbi, Morro do Castro, Tenente Jardim, Novo México e Nova Grécia. De acordo com Willian, a localidade possui trilhas adequadas para a prática do esporte e, assim como a responsável pelo espaço, crê na amplitude da modalidade na região. "A APA possui um tamanho muito bom para que a gente monte um centro de treinamento para as competições. As trilhas são de fácil acesso e assim, quem sabe, apresentamos o esporte para ainda mais pessoas", afirma. 

O que é o esporte?

O Canicross, esporte de corrida com cães em terreno rústico, surgiu na Grã-Bretanha, no Reino Unido, como uma forma de treinamento para cães de trenó. Os treinos eram realizados durante o verão para dar condicionamento físico aos animais no inverno. Funciona assim: uma guia elástica une o cinto do condutor ao colete de tração no cachorro. Nessas provas até crianças podem participar, desde que tenham mais de sete anos e corram distâncias curtas. “No Canicross, o atleta é sempre a âncora da dupla. O cão sempre corre muito mais rápido. Por isso, é importante que tanto o homem quanto o animal se preparem. Além disso, é um esporte democrático porque são permitidas todas as raças”, explica Willian.

Desta forma até os Sem Raça Definida (SRD), conhecidos como vira-latas, podem participar das competições. “As melhores raças para se praticar Canicross são as dos cães de caça, como o Braco Alemão, o Border Collie e o Labrador”, exemplifica o idealizador, que foi campeão em duas etapas e ficou em terceiro em uma outra, correndo com a Black, uma SRD de pequeno porte, com apenas 12 quilos. Ao todo, ele cuida de seis cães (Bill, Meg, Snoopy, Black, Luttrell e Xico) e todos competem.

A dentista Ana Cristina Gomes, de 46 anos, conheceu o esporte por causa de Willian. Desde então, se apaixonou e participa das competições. “Comecei a correr com uma cadela dele, a Meg. Agora é um prazer correr em todas as edições”, comenta. 

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