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Ex-funcionários do Comperj realizam protesto na RJ-116

Cerca de 800 trabalhadores participaram do ato

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 18 de outubro de 2017 - 07:32
Policiais foram acionados para acompanhar a manifestação, que fechou as pistas da RJ-116
Policiais foram acionados para acompanhar a manifestação, que fechou as pistas da RJ-116 -

Cerca de 800 ex-funcionários e trabalhadores que desembarcaram no Rio de Janeiro com o sonho de atuar no Complexo Petroquímico de Itaboraí (Comperj) realizaram, na manhã de ontem, um protesto em frente a uma das entradas do empreendimento na RJ-116, para reivindicar a volta imediata das obras no local. A construção está paralisada desde janeiro de 2015. A Polícia Militar, com o apoio do Batalhão de Choque, acompanhou toda a manifestação, que durou cerca de seis horas.

Idealizado pelo Sindicato dos Trabalhadores Empregados nas Empresas de Montagem e Manutenção Industrial do Município de Itaboraí (Sintramon), o protesto criticava o prazo da Petrobras para assinatura de contratos e, consequentemente, a retomada das obras. De acordo com o vice-presidente do Sintramon, Marcos Hartung, de 56 anos, se a Petrobras burocratizar os acordos até janeiro, as obras só terão início após o Carnaval.

“Eles dizem que a obra está prevista para janeiro, mas isso aí é para concluírem os contratos. Desta forma, nosso sentimento é que o trabalho aqui só comece em março. Há obras que foram licitadas ano passado e podem acontecer imediatamente. No entanto, eles não querem iniciar nada antes de fazer o objetivo principal, que é a Unidade de Processamento de Gás Natural (UPGN)”, disse.

Segundo Hartung, existem, aproximadamente, 14 obras que servirão de sustentação à UPGN, que já estão licitadas e teriam condições de começar se não fosse a burocracia. “Essas obras já foram licitadas, o menor preço está definido. Uma empresa chinesa, conveniada com outra paulista, vai assumir. Tem uma subestação de 20 quilômetros que já deveria ser iniciada. Falta apenas a Petrobras declarar o vencedor e iniciar o trabalho. Lá atrás, a empresa chegou a prever o mês que estamos como o de início das obras”, afirmou.

De forma pacífica, os trabalhadores se retiraram das ruas, por volta das 11h30, e permitiram que os ônibus que levavam os últimos funcionários do complexo pudessem passar. Cerca de 15 carros da Polícia Militar, com mais de 30 militares, acompanharam o protesto. A assessoria de imprensa da Petrobras foi procurada, mas não deu retorno até o fechamento desta edição.

'Nem bico estou conseguindo'

Sem poder ter um perspectiva de futuro, muitos trabalhadores que ganhavam a vida no Comperj estão à deriva. Sem conseguir empregos formais, muitos deles têm passado dificuldade até para comer.

"Em maio de 2011 eu saí da Bahia e cheguei aqui no Rio. Na época eu já estava empregado e depois passei por mais três empresas dentro do Comperj. Agora já tem três anos que estou desempregado. Estou passando por muita dificuldade. Minha única renda atual é uma ajuda do governo porque minha esposa teve complicações quando teve nossa filha. Nem bico estou conseguindo", desabafou o montador de andaimes Manoel Floriano, de 48 anos.

Outro que chegou com um sonho de viver no Rio e agora vive um pesadelo é o soldador Francisco de Souza Paiva, de 34 anos. Natural do Maranhão, o profissional desembarcou em Itaboraí em 2013 e agora luta para poder trabalhar.

"Quando cheguei, arrumei emprego em alguns dias. Hoje estou com oito meses de aluguel atrasado, um ano e meio desempregado e mal consigo manter a gravidez da minha mulher saudável. Não tenho dinheiro para nada, sou soldador mas por onde passo e vejo um portão quebrado, ofereço um serviço de serralheiro. tento tudo, mas está realmente complicado. Precisamos do Comperj de volta", disse o homem que chegou a chorar durante o protesto.

De forma pacífica, a manifestação durou aproximadamente 6h. Por volta das 11h30, os trabalhadores se retiraram das ruas e permitiram que os ônibus que levavam os últimos funcionários do Complexo pudessem passar. Cerca de 15 carros da polícia militar, com mais de 30 militares, acompanharam o protesto.

De acordo com o Sintramon, a hora agora é de reunir forças, traçar um planejamento e posteriormente cobrar novamente uma atitude da Petrobras.

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