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Avançam estudos sobre transplante de órgãos no Brasil

Cientistas trabalham em dois novos tipos de transplante, com órgãos de suínos e pessoas já falecidas

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 29 de maio de 2020 - 18:25
Os dois estudos serão apresentados em Londres
Os dois estudos serão apresentados em Londres -

A Fundação de Amparo a Pesquisa de São Paulo (Fapesp) vem financiando os estudos do Centro do Genoma Humano da Universidade de São Paulo (USP). A pesquisa trabalha com a criação de dois novos tipos de transplante: a utilização de rins de porcos geneticamente modificados e a utilização de arcabouços, que seria a estrutura do fígado sem células ou sangue.

O estudo é liderado por uma das principais geneticistas do país, Mayana Zatz e pelo médico Silvano Raia, pioneiro no transplante de fígado no Brasil.

Na primeira pesquisa, que envolve os suínos, é levantada a tese de que o ciclo biológico dos porcos é o mais semelhante ao dos humanos entre os vertebrados, além de seu fácil manuseio, abrindo novas possibilidades. Editando o código genético desses animais, os cientistas buscam a diminuir as chances de rejeição do transplante no organismo humano.

Já na outra pesquisa, é utilizado o fígado de uma pessoa já falecida, o qual passa por uma lavagem, onde são retiradas todas as células do órgão. Após esse processo, o que resta é uma estrutura branca, oca e composta por proteínas, chamada de arcabouço. Devido a ausência de células sanguíneas do doador, a possibilidade de rejeição do transplante é nula.

Ao fazer a retirada de células tronco do paciente que necessita do órgão, os cientistas reproduzem os diferentes tipos de células do fígado em laboratório. Quando prontas, estas são adicionadas ao arcabouço, onde se multiplicam.

Com o figado novo, o pacientes não necessitaria de imunossupressores, que evitam a rejeição do organismo ao novo órgão colocado.

Os dois estudos serão apresentados em Londres. Acredita-se que em cerca de dois a três anos, essas pesquisas poderão começar a ser testadas em humanos. 

A necessidade do estudo é endossada pelo pesquisador e patologista clínico Dr. Luiz Teixeira da Silva Júnior, pós-graduado em captação, doação e transplante de órgãos e tecidos pelo hospital Israelita Albert Einstein.

"A doação de órgãos é um ato de caridade e amor ao próximo. A cada ano, muitas vidas são salvas por esse gesto altruísta", declarou o pesquisador.

Atualmente, no Brasil, mais de 80% dos transplantes são realizados com sucesso.

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