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Gastroplastia: opção em alta para o emagrecimento

Para muitos, esta é uma alternativa às longas e restritivas dietas

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 04 de agosto de 2019 - 09:19
Maria Caroline demorou dois meses para se adaptar à alimentação
Maria Caroline demorou dois meses para se adaptar à alimentação -

Por Myllena Vianna

A Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), realizada pelo Ministério da Saúde em 2018, e divulgada no último mês de julho, mostra que os brasileiros atingiram o maior índice de obesidade nos últimos treze anos, saindo de 11,8% em 2006 para 19,8%, resultando um aumento de 67,8%. Por questões de saúde ou de estética, a população com obesidade procura tratamentos emagrecedores, como a gastroplastia, entre outros métodos, numa busca incansável para sentirem-se bem com seus corpos.

Cada pessoa possui suas individualidades e, algumas, por opção ou necessidade, optam pelas gastroplastias, também conhecidas como cirurgias bariátricas. Entre os famosos, a gastroplastia é bem comum: André Marques, Leandro Hassum e Solange Almeida são casos conhecidos do grande público. No último mês de abril, por exemplo, a influenciadora digital Alice Salazar, conhecida por seus tutoriais de maquiagem se submeteu à gastroplastia endoscópica e já eliminou 17 kg

A gastroplastia é indicada para pessoas que tem obesidade ou outras doenças relacionadas ao excesso de gordura corporal. Existem vários tipos de bariátrica, como a banda gástrica, que consiste na colocação de um anel em volta do estômago, de forma que ele diminua de tamanho; o bypass gástrico, na qual o médico retira uma grande parte do estômago e depois liga o início do intestino; a gastrectomia vertical, quando é mantida a ligação natural do estômago ao intestino, removendo uma parte do estômago e a derivação biliopancreática em que é retirada uma parte do estômago e a maior parte do intestino delgado. A gastroplastia endoscópica, feita pela maquiadora Alice Salazar, é menos invasiva e possibilita o tratamento e o controle da obesidade leve.

Reeducação alimentar e psicológica

Quando o paciente se submete a cirurgia bariátrica é necessário uma dieta regrada no pós-operatório. Nos 15 primeiros dias, é preciso que ele faça uma dieta líquida durante cerca de 15 dias para depois começar dieta pastosa que dura aproximadamente mais 20 dias. O estômago da paciente fica muito pequeno, fazendo com que a ingestão dos alimentos seja pouca. Após as dietas, o paciente pode voltar a comer alimentos sólidos que precisam ser mastigados em pequena quantidade, de 30 a 45 dias depois do procedimento. 

No caso de Maria Caroline, a adaptação dela com a nova alimentação durou cerca de dois meses. “Eu tive uma certa dificuldade na transição da pastosa para a sólida. Mas atualmente além da alimentação balanceada, estou fazendo academia por indicação médica para realizar a cirurgia plástica ano que vem”, contou.

Para as pessoas que buscam emagrecer apenas através dos exercícios físicos é necessário o acompanhamento de um nutricionista para uma dieta balanceada.

O nutricionista Yago Romão explica que essa dieta varia para cada pessoa.

“Para quem busca emagrecer é realizado um cálculo de balança negativa, para que a ingestão seja menor do que gastar mais para o emagrecimento. A quantidade de refeições durante o dia podem variar. O protocolo que nós, nutricionistas, utilizamos se resume em uma tática que uma digestão leva uma média de 3 horas, então após a digestão completa, a pessoa já estará ingerindo o alimento novamente para a reeducação do cérebro. Comer de 3 em 3 horas é uma reeducação para a aceleração do metabolismo”, afirmou.

Ele acrescenta e alerta ainda que é imprescindível que as dietas tenham o acompanhamento de um profissional da área, para que haja a reeducação da mente. “Uma dieta quando é equilibrada o corpo não a rejeita e aos poucos o metabolismo, que é inteligente e adaptável. Quando a dieta é gradual e equilibrada o indivíduo muda sua mente, não só os seus hábitos”, disse.

Digital Influencer emagrece sem cirurgia 

Em alguns casos, a gastroplastia não é necessária e o paciente consegue unir exercícios físicos a uma alimentação saudável, sempre com o acompanhamento de profissionais especializados nessas áreas, além de tratamento psicológico. Foi o caso da influenciadora digital Roberta Ellen, @roberttaellen, que decidiu mudar seu estilo de vida, após ganhar uma roupa do marido. Ela conta que pensou em realizar procedimentos, mas desistiu após realizar uma consulta com um médico. Roberta conseguiu perder 31 kg.

“Eu pensei em fazer uma abdominoplastia, mas o médico pediu para que eu perdesse 10kg. No primeiro mês, a ideia era melhorar meu condicionamento físico e o conjunto de um nutricionista e um personal trainer, fez com que meu projeto de emagrecimento e qualidade de vida desse certo”, afirmou.

De acordo com Roberta, após 4 anos e mudança dos hábitos alimentares, ela chegou ao peso que considera ideal’. “O meu emagrecimento foi a longo prazo e nunca me restringi a dietas ‘malucas e da moda’. Sempre comi saudável e acredito que a vida é um equilíbrio, continuo fazendo exercícios físicos todos os dias e me alimentando bem diariamente”, concluiu.

Quando as dietas não fazem mais efeito

A estudante Maria Caroline Guido, de 20 anos, também passou pelo procedimento cirúrgico há três anos e contou um pouco sobre sua adaptação e como conseguiu hábitos mais saudáveis.

“Eu decidi fazer quando eu completei 17 anos e não aceitava mais meu corpo da forma que era. Eu tinha depressão e a comida era um meio de distração, tinha compulsão alimentar e para emagrecer era muito difícil. Quando tentava uma dieta, eu não conseguia fazer por muito tempo. Após a cirurgia eu tive problema de hemorragia no hospital por mais tempo, mas consegui me recuperar. Eu gostei muito, até porque perdi 65kg, uma diferença total, o corpo muda de forma extrema”, afirmou.

Caroline acrescenta ainda que a parte mais difícil do tratamento foi a adaptação à nova alimentação. “Estava acostumada a comer muito, eu tinha compulsão, quando eu me vi só podendo ingerir líquidos, tinha muita angústia. O tratamento psicológico é crucial para ajudar a entender o que está acontecendo”, disse.


Já o caso de Andressa Daumas, de 38 anos, foi diferente, com 1,46 de altura, a professora tinha 86 kg, um peso muito acima da média para sua altura. A cirurgia dela foi realizada em fevereiro de 2008. Segundo ela, a decisão surgiu após tentar muitas dietas e utilizar uma fórmula de um médico, quando quase veio a óbito. “Essa dieta mexeu com o funcionamento dos meus rins, além da aparência de estar doente. Tentei dieta aliada a exercícios físicos, mas por serem resultados lentos, eu desanimava no meio do caminho”, contou.

A reação ao rever seu corpo após o procedimento foi um dos melhores e a adaptação foi um pouco complicada por conta da sua reeducação ao mastigar e ingerir os alimentos. “Minha cirurgia foi com o anel, então demorei a reaprender a mastigar bem antes de engolir. Ainda hoje, mais de 10 anos, ainda me entalo e tenho dumping - que é uma síndrome ocasionada pela passagem rápida do estômago para o intestino”, falou.

Estagiária sob supervisão de Cyntia Fonseca*

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