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Causas de explosão de cilindro de GNV em São Gonçalo ainda são desconhecidas

No acidente, um homem se feriu

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 28 de junho de 2018 - 08:52
 A explosão destruiu totalmente a parte traseira do veículo, um Renault Logan de um guarda municipal, além de boa parte da estrutura do posto, que foi interditado pela Defesa Civil Municipal devido ao acidente
A explosão destruiu totalmente a parte traseira do veículo, um Renault Logan de um guarda municipal, além de boa parte da estrutura do posto, que foi interditado pela Defesa Civil Municipal devido ao acidente -

Por Marcela Freitas

Ainda são desconhecidas as causas do acidente com um veículo Renault Logan, que explodiu logo após o motorista do veículo, o guarda municipal Cleber Mendes Barros, de 46 anos, dar partida no automóvel, minutos após encher o cilindro de gás, na manhã de ontem, em um posto de combustíveis na Rua Francisco Portela com Paul Leroux, no Paraíso, São Gonçalo.

De acordo com funcionários do posto, todos os procedimentos de abastecimento teriam sido corretos, mas no momento que o condutor tentou deixar o posto de combustíveis, um dos dois cilindros que ele mantinha na mala do automóvel acabou explodindo. Por conta do impacto, parte do posto ficou destruído, e o guarda municipal que também trabalha como motorista de aplicativo, acabou tendo ferimentos na face e braços.

O fotógrafo Luiz Cláudio Santos, parente da vítima, contou que Cleber sempre abastecia seu carro no mesmo posto.

“Também sou motorista de aplicativo, e muitos profissionais do ramo abastecem aqui. Cleber voltava de mais um dia de trabalho e seguia daqui para sua casa quando houve o acidente. Ainda não sabemos o que aconteceu, mas o carro dele atende todas as normas legais e estava dentro do prazo para vistoria”, disse.

Cleber que precisou quebrar os vidros do carro para deixar o veículo foi levado inicialmente para o Pronto Socorro Central de São Gonçalo (PSCSG) e logo depois ao Hospital São José, onde estava internado até a tarde de ontem.

“Meu pai está lúcido e aguardando os resultados dos exames. O carro dele passaria por vistoria em agosto e como trabalha como Uber também precisa estar com todas as certificações em dia. Ele acredita que a pressão do gás estivesse maior do que o normal. Ele já havia trocado de posto por essa razão. Pelos cálculos dele, a pressão estava muito superior a permitida”, disse a estudante Lídia Teixeira, 19 anos.

O caso está sendo investigado pela 73ª DP (Neves) e, segundo a delegada Danielle Peres, já foi solicitada a perícia do local e também do automóvel.

“Estamos ouvindo todos os envolvidos no caso, juntando as imagens e aguardando a perícia. Pelas primeiras imagens, é possível perceber que a vítima aguarda fora do veículo e só após ligar o automóvel acontece a explosão. O perito técnico fará vistoria no cilindro de gás, nos dutos condutores e também na bomba. Estamos aguardando que a vítima se recupere para que possamos também ouvi-lo”, disse a delegada.

A Defesa Civil Municipal foi até o local e interditou o estabelecimento. Hoje, o laudo oficial será divulgado, detalhando todas as especificações que deverão ser cumpridas para que o posto seja reativado.

‘Tivemos muita sorte’

Posso falar que nasci novamente. Tinha acabado de abastecer o carro quando houve o acidente. No momento da explosão, éramos cinco funcionários, contando com o atendente da loja de conveniência. O barulho foi tão forte que só pensávamos em correr. Depois retornei ao posto e retirei o motorista do carro. Ele estava ferido. Procurei meus colegas e vi que todos haviam se salvado, o que me deu um alívio muito grande. Na hora, tive até dificuldade de achar o telefone para acionar o Corpo de Bombeiros. Em oito anos de trabalho como frentista, essa é a primeira vez que vejo um acidente como esse. Tivemos sorte porque o carro não pegou fogo. Como apenas um cilindro explodiu, acho que ajudou para que houvesse um impacto menor”, contou um dos frentistas que não quis se se identificar.

Consultor alerta sobre cilindros

Para o especialista Wesley Pinheiro, bombeiro, consultor e técnico de segurança e diretor da Fire Service do Brasil, uma das maiores empresas de formação de brigada de incêndio do país, o GNV é um combustível seguro, entretanto é preciso saber da procedência do cilindro.

“O GNV não é um combustível altamente inflamável, não tão perigoso como o GLP, por exemplo. Ele é um gás seguro, o problema é o cilindro. Essas explosões são causadas por má manutenção dos cilindros ou falta deles. Infelizmente, o que encontramos hoje são cilindros remanufaturados, roubados, de segunda e terceira linha no mercado. O consumidor não sabe desse tipo de manobra no mercado. Por isso, quando vamos comprar um Kit, precisamos saber a procedência do cilindro, a nota fiscal de entrada, onde a empresa comprou o cilindro para evitar essas surpresas desagradáveis no meio do caminho”, explicou.

Ainda segundo Wesley, a explosão pode se dar a qualquer momento, e não apenas no abastecimento. Ainda segundo ele, pouco tem a ver com pressão do cilindro.

“A pressão do posto não é suficiente para acontecer esse tipo de acidente, não chega a ser 30% da capacidade de ruptura de um cilindro. Uma capacidade de ruptura está em 800 ou 900 libras. O posto tem 200 libras. Muito longe para explodir. Esses problemas também acontecem em carros novos e sempre estão ligados à qualidade do cilindro.A explosão se dá a qualquer momento, e a tendência é que ela aconteça chegando ao final do abastecimento por conta da pressão no cilindro”, explicou.

Para prevenir acidentes, o especialista dá dicas.

“Para prevenir esse tipo de situação, a pessoa precisa ter um estoque do cilindro, saber se realmente ele é um cilindro fabricado dentro dos padrões de normas, além de fazer os testes dentro do prazo para evitar esse tipo de mal. Além disso, na hora de abastecer, todas as pessoas que estiverem dentro do veículo precisam desembarcar e ir para longe do veículo”, concluiu.

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