Homens vendem senhas para 'facilitar' o atendimento no Ministério do Trabalho

Trabalhadores e moradores de São Gonçalo continuam enfrentando dificuldades para realizar agendamentos para retirada de carteira de trabalho, no site do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Diante desta situação, muitas pessoas estão se oferecendo nas portas das agências como intermediadores para “facilitar” o serviço.

Um militar, de 31 anos, contou que depois de duas semanas tentando agendar pelo site, só conseguiu o atendimento em Niterói após pagar R$ 20 a um intermediário.

Uma equipe de O SÃO GONÇALO esteve na agência do MTE, da Rua José Clemente, no centro de Niterói, e, confirmou que dois homens ofereciam facilidades tanto para a retirada de carteira de trabalho quanto para o seguro desemprego. Ao notarem que se tratava de uma equipe de reportagem, um deles deixou o local rapidamente.

“Tentei várias vezes, mas sempre que tentava finalizar o processo, dava erro no sistema. Uma amiga me falou que essas pessoas conseguiam agendar e realmente consegui para dois dias depois. Não sei qual procedimento adotado, mas não deve ser o mesmo que usamos em casa”, disse o militar.

Uma dona de casa, de 30 anos, esteve também na agência e disse que conseguiu realizar a operação em casa, mas só para a agência de Niterói. Entretanto foram criadas dificuldades para realizar a retirada da carteira do filho de 17 anos.

“Esperei uma semana pelo agendamento aqui. Em São Gonçalo, é impossível. Tentamos várias vezes. Mas estamos saindo de mãos vazias porque não aceitaram a certidão de nascimento. Vamos precisar agendar novamente”, reclamou.

Na agência de São Gonçalo, na Rua Coronel Moreira César, Centro, OSG também encontrou quem tenta tirar proveito da situação. Um homem também oferece “facilidades” para o agendamento.

O local indicado é uma loja de cópias, poucos metros depois. A equipe foi ao endereço indicado e, segundo a proprietária, o valor cobrado é de R$ 15 para qualquer agendamento com prazo de atendimento em uma semana. Questionado, o intermediário disse que tem “macetes” para usar o site.

O Ministério do Trabalho não enviou resposta até o fechamento desta edição.