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Candongueiro apresenta seu samba na quadra da Portela, no Rio

Roda se samba marcou época em Niterói

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 25 de maio de 2018 - 10:28
Nei Lopes canta em uma das rodas de samba, com ‘casa cheia’ em Niterói
Nei Lopes canta em uma das rodas de samba, com ‘casa cheia’ em Niterói -

Por Sérgio Soares

Considerada uma das mais famosas casas de samba do país, o Candongueiro vai atravessar a Baía de Guanabara e fincar raízes num dos templos do samba, a quadra da Portela. A parceria entre o idealizador da tradicional roda de samba de Niterói e a escola de Madureira estreia amanhã (evento adiado), a partir de 14h, e promete ser duradoura, mobilizando artistas e os amantes do gênero.

E quem dá a ‘receita’ para o roteiro das tardes musicais é o músico Ilton Mendes, que idealizou o Candongueiro junto com a esposa, Ilda Mendes, há 30 anos, em 1988, abrindo espaço para as batucadas que acabaram se multiplicando pelo Estado. “Como o Candongueiro está fora de atividades e em processo de revitalização, decidimos retomar nossas rodas na escola de samba de Madureira, que nos abriu as portas sabendo da qualidade de nosso trabalho e o que representamos para o samba brasileiro”, afirmou Ilton.

E a produção da roda está caprichando no roteiro musical, para agradar tanto ao público da capital como a ‘legião’ de frequentadores que costumavam ir ao Candongueiro, na Estrada Velha de Maricá, em Pendotiba, Niterói, para curtir os shows que tinham sempre como convidados, representantes do chamado ‘primeiro escalão’ do gênero. Dessa forma, todos os ‘titulares’ do ‘time’ de músicos do Candongueiro estarão presentes, e junto com a Velha Guarda da Portela, vão recepcionar a Velha Guarda da Mangueira, Nelson Sargento e Tantinho, os convidados da roda de samba inaugural.

E a parceria do Candongueiro não poderia ser feita em outro local. Portelense de coração, Ilton recebeu recentemente a Medalha Paulo da Portela, honraria que a direção da escola de Oswaldo Cruz costuma conceder a personalidades que prestaram relevantes serviços ao samba. “A ideia é fazer uma roda uma vez por mês, sempre recebendo uma atração convidada, e abrindo espaço para as tradicionais ‘canjas’”, afirmou Ilton. A quadra da Portela fica na Rua Clara Nunes, 81, em Oswaldo Cruz, na Zona Norte do Rio. Informações pelo telefone 3217-1604.

Templo de grandes nomes do samba e da MPB

As rodas de samba do Candongueiro sempre foram muito prestigiadas pelo público, a ponto de faltar mesas e cadeiras, tamanha a procura para assistir aos shows e degustar cerveja gelada, feijoada e tira-gostos preparados como ninguém por Ilda Mendes. Com a ‘cozinha’ bem servida, cabia a Ilton e seu inseparável pandeiro comandar os músicos nas rodas. E não foi à toa que ele ganhou como ‘braço direito’ na organização o filho, Ivan Mendes. Com tantas influências, ele não poderia deixar de ser sambista e músico: é clarinetista e costuma fazer shows em outras rodas.

Origens - No início, os encontros musicais no Candongueiro eram reuniões de amigos músicos, que aproveitavam o clima bucólico de Pendotiba para cantar seus sambas e de amigos. A cada edição, chegavam mais pessoas. Os encontros cresceram tanto, até que em maio de 1988, o Candongueiro foi fundado oficialmente. Nas paredes da casa, estão a maior prova do que ela representa para o samba brasileiro.

Lá estão retratos feitos à mão, com imagens de todos os grandes nomes do samba brasileiro que por lá passaram, como Monarco, Nelson Sargento, Dona Ivone lara, Zé Katimba, e João Nogueira, entre tantos outros. Os quadros foram pintados pelos artistas plásticos José Carlos Melo Menezes e Floriano Carvalho.

Ilton relembra com alegria algumas histórias curiosas sobre os bastidores que antecediam os shows. “O João Nogueira sempre me ligava na época que fazia aniversário e pedia uma data para marcar suas apresentações”, afirmou. Mas há outros famosos, como Zeca Pagodinho, que nunca marcaram shows oficiais, mas que costumam ‘bater ponto’ nos encontros e dar canjas.

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