RJ-104 sofre com abandono pela prefeitura de São Gonçalo, mas recebe reparos do Governo de Niterói

Por Marcela Freitas

As cidades de São Gonçalo e Niterói poderiam facilmente ser confundidas com os personagens “os primos pobre e rico”, do humorístico “Balança mais não cai”, da TV Globo. A graça da história nascia do abismo entre a realidade dos parentes, que arrancavam gargalhadas de todos. Mas o que lá era engraçado por ser ficção, aqui não tem graça nenhuma. Se em Niterói há investimento por parte da administração municipal, em São Gonçalo, a queixa é quanto à falta de comprometimento do Executivo local.

Um exemplo disso é a recente obra entregue pela Prefeitura de Niterói, que diante das dificuldades de tráfego na RJ-104, via que corta Niterói e São Gonçalo, resolveu tomar para si a responsabilidade do Departamento de Estradas de Rodagem (DER) e recuperou recentemente mais de três quilômetros da rodovia, entre o Trevo do Caramujo e o Hospital Municipal Getúlio Vargas Filho (Getulinho), no Fonseca.

A obra de emergência durou um mês e tinha como o objetivo minimizar os transtornos causados pela falta de manutenção da estrada. O recapeamento foi realizado nos dois sentidos da RJ-104, além da limpeza dos acostamentos.

“Mesmo sendo uma rodovia estadual, a Prefeitura identificou a urgência no recapeamento da rodovia e executou o trabalho para melhorar as condições de tráfego na RJ-104 e evitar acidentes”, explicou o secretário municipal de Obras, Vicente Temperini.

E as obras em Niterói não se limitaram apenas a este trecho. Em novembro do ano passado, mais de cinco quilômetros da RJ-100 (a antiga Estrada Velha de Maricá) foram recuperados pela gestão municipal, também numa ação emergencial, devido ao péssimo estado de conservação da via, que é estadual. A intervenção foi realizada no trecho entre a sede da Associação Niteroiense dos Deficientes Físicos (Andef) e a RJ-106.

Já em São Gonçalo, em julho do ano passado, quando a população cansada de esperar pelo Governo do Estado, pediu ajuda ao prefeito José Luiz Nanci, a única ação feita pela gestão municipal foi uma operação Tapa-Buracos, no viaduto de Santa Luzia, que não durou uma chuva.

Na ocasião, Nanci disse que disponibilizou 30 toneladas de asfalto e garantiu ainda a capina em alguns pontos em que a visibilidade da estrada estava prejudicada. Menos de um ano depois, o trecho da rodovia que corta São Gonçalo é o retrato do abandono.

A Prefeitura de São Gonçalo disse ontem que “a Usina de Asfalto não dispõe de recursos para arcar com a demanda mas já entrou em contato com o DER cobrando os reparos necessários”.