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Jovem cria projeto social com aulas de dança gratuitas no Boaçu, São Gonçalo

Aulas de passinho atraem alunos de outras cidades

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 11 de dezembro de 2017 - 11:25
O projeto ‘Dança na Comunidade’ é voltado para várias faixas etárias, em espaço cedido por comerciante no bairro do Boaçu
O projeto ‘Dança na Comunidade’ é voltado para várias faixas etárias, em espaço cedido por comerciante no bairro do Boaçu -

Em um local onde ocorrências policiais são quase que diárias, Anderson Leonardo Vieira Carvalho, de 19 anos, resolveu fazer a diferença. O jovem implantou na Comunidade da 40, no Boaçu, São Gonçalo, um projeto chamado “Dança na Comunidade”, com aulas totalmente gratuitas para todas as idades.

Segundo Anderson, a ação teve o pontapé em abril, numa praça localizada próximo à entrada da comunidade da Lodial, na Rua Capitão Acácio, também no Boaçu. Cerca de 17 pessoas, entre crianças e adolescentes, aprendiam diferentes tipos de dança, usando o cimento do chão como linóleo e os vidros dos carros como espelhos.

“Estava com esse projeto em mente há um bom tempo. Quando eu era criança, sempre quis fazer dança, mas meus pais não tinham muitos recursos financeiros para investir, pois era algo muito caro. Eu ganhei uma bolsa em uma academia de dança, a Art Dance, no Boa Vista, há mais de dois anos, e sentia a necessidade de também dar essa oportunidade a outras pessoas”, contou Anderson.

Hoje, o projeto expandiu e conta com 30 alunos fixos, além de um novo local: um bar, cedido pelo comerciante Altamir do Espírito Santo, o Mica. É no espaço que Anderson dá aulas de jazz, ballet, stileto, dança contemporânea, alongamento, zumba e hip-hop, além de deixar seus alunos à vontade para treinarem os “passinhos”.

A ajuda dos amigos e familiares de Anderson também foi algo essencial para o desenvolvimento do “Dança na Comunidade”. A tia do jovem, a publicitária Nice Pereira, é quem cuida das funções administrativas do projeto, ajudando a conseguir escolas para matricular as crianças, além de organizar o recebimento das doações de roupas e brinquedos. Já o fotógrafo Marcos Nunes é o responsável pela divulgação, criação de flyers e imagens fotográficas dos alunos da ação.

“Cada um ajudou um pouquinho. Inclusive ganhei um pouco de linóleo, doado por um professor da minha academia, que preenche um pequeno espaço do chão do bar, para permitir deslizar sem que nos machuquemos. Enfrentamos muitas coisas até chegarmos onde estamos. Eu não desisto, tenho garra para continuar, porque ter um projeto é algo difícil”, explicou o jovem.

Para participar do projeto, Anderson faz algumas exigências. Entre elas, boas notas de seus alunos, roupas pretas e disciplina em todos os locais que os alunos frequentam. As aulas de passinho acontecem às segundas e quartas-feiras, as infantis nas quartas e sextas e para adolescentes às terças e quintas. A terceira idade faz zumba e alongamento às segundas, quartas, sextas e sábados.

“Eu peço para ver os cadernos escolares dos meus alunos e mantenho contato com as mães das crianças, para saber como estão os comportamentos delas em casa. Eu brigo, mas é para o bem deles. Faço isso para que meus alunos não se envolvam com coisas erradas. Quero colocar o Boaçu nas páginas culturais dos jornais, e tirar o bairro das editorias de polícia”, disse.

Para realizar a matrícula, é preciso comparecer na sede do projeto, que fica na Rua 29 de Outubro, com os documentos de identidade, CPF, comprovante de residência, duas fotos 3x4 e declaração escolar, além dos documentos dos pais, se forem menores de idade. As vagas são ilimitadas.

“Eu sempre digo que a dança é um exercício de liberdade. Nada é mais prazeroso do que subir no palco para passar paz e energia. E repito sempre: é melhor um público te aplaudindo do que ostentar em um baile”, finalizou Anderson.

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