Instagram Facebook Twitter Whatsapp
Dólar R$ 5,1937 | Euro R$ 5,5292
Search

Polícia investiga caso de intolerância religiosa em São Gonçalo

Menina de 15 anos foi vítima de preconceito

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 20 de agosto de 2017 - 07:15
Pais da adolescente, Leandro e Raquel contaram que a filha não quer mais voltar para a escola
Pais da adolescente, Leandro e Raquel contaram que a filha não quer mais voltar para a escola -

Por Matheus Merlim 

“Pai, eu prefiro me matar do que voltar para a escola”. Foi isso que um pai teve que ouvir da própria filha, de 15 anos, vítima de comentários de preconceito contra sua religião, o Candomblé, dentro de um colégio estadual na Brasilândia. O caso foi registrado na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) de São Gonçalo.

“Gorda macumbeira” e “Macumbeiro tem que morrer”. De acordo com a família da jovem, essas foram algumas das ofensas feitas à adolescente, por um colega de classe. O pai, Leandro Coelho, de 35 anos, só descobriu quando foi chamado à escola, porque a menina ficava chorando pelos cantos.


“Fui chamado à direção porque ela estava chorando muito e ninguém estava entendendo. Ela tem uma personalidade forte, mas depois de insistir muito, ela me falou: ‘Pai, eu não aguento mais estudar aqui, tem horas que dá vontade de me matar’”, contou o pai.

Com o relato da filha, Leandro pediu providências da direção sobre o caso, já que por reclamar dos comentários, a menina teria sido ‘suspensa’ de uma das aulas. No entanto, sete dias se passaram e nada foi resolvido. A família, então, decidiu prestar queixa na delegacia, por intolerância religiosa.

“É muito triste você deixar sua filha em uma escola, acreditando que lá ela está segura das crueldades do mundo, e acaba descobrindo que o preconceito e a maldade também estão lá. Ela sempre teve orgulho da nossa religião, foi uma escolha dela”, declarou Leandro.

A yalorixá (mãe de santo) da família, Dalva de Barro Firmo, de 69 anos, responsável pelo Ilê Alaketu Ashe M’Oya, no Boa Vista, comentou que não é a primeira vez que seus ‘filhos de santo’ são vítimas de preconceito.

O caso de Kethelyn está sendo acompanhado pela Comissão de Matrizes Africanas de São Gonçalo (Comasg).

Matérias Relacionadas