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Motorista quer seu direito

Liberado por perito do INSS, profissional tem surto e entra na Justiça para conseguir benefício

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 26 de julho de 2017 - 10:30
Perito judicial confirma que Robson, que toma remédio controlado, não tem condições de trabalhar
Perito judicial confirma que Robson, que toma remédio controlado, não tem condições de trabalhar -

Por Marcela Freitas

Depois de dedicar mais de 28 anos ao transporte de passageiros em táxis e coletivos, Robson José da Silva, de 50 anos, está sem condições de trabalhar e fazendo uso de uma série de remédios controlados. No entanto, ele trava uma batalha judicial para provar a sua incapacidade.

Após ser afastado de suas funções e permanecer um período segurado pelo Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), ele teve seu benefício cancelado e, há dois anos e quatro meses, aguarda para recuperar o benefício. Sem condições de manter seu sustento, Robson – que é pai de cinco filhos – conta que seu estado de saúde piora ainda mais o seu quadro depressivo.

“Hoje, vivo com doações da igreja e ajuda da minha mãe, que ganha R$ 1 mil mensais. Eu não gostaria de estar nessa situação. Queria ter minha paz de volta e poder trabalhar. É muito ruim ver seu filho precisando de algo e não poder dar”, contou.

A mãe de Robson, Leila Verneque Silva, 68, contou que tenta ajudar. “Faço o que eu posso por ele. A situação do meu filho é muito difícil. Eu não gosto nem de falar porque me emociono. Ele não tem condições de trabalhar. Ele só quer receber o que é de direito”, lamentou.

Os problemas psiquiátricos começaram quando Jorge ainda dirigia coletivos. A cada engarrafamento, aumentava o suor, as tremedeiras e a agressividade. Ele já agrediu passageiros e foi afastado das funções. Recebeu, por quase dois anos, o benefício de auxílio doença pelo INSS. Na terceira perícia, Robson foi liberado para as atividades e entrou em luta corporal com o perito.

Após ser liberado, ele contou que foi orientado a buscar um perito judicial, que confirmou suas condições clínicas e a incapacidade de voltar ao trabalho. Ele ainda tentou renovar sua carteira de motorista, que foi negada pelo Detran. Sem conseguir retornar à empresa e liberado pelo INSS, ele entrou com processo na Justiça. “Estou cada dia mais nervoso. Se não fosse Deus, já teria feito uma besteira. Já pedi até a empresa para fazer trabalhos internos, mas eles não me contratam porque eu posso agredir um colega. Minha irritabilidade é involuntária. Estou desesperado e não sei mais a quem recorrer”, afirmou.

A advogada do sindicato dos rodoviários, Joseilene Barreto, acompanha o caso de Robson. “Ele foi colocado no INSS como acidente de trabalho. Só que a perícia judicial garantiu que não é acidente de trabalho e, sim, uma incapacidade dele de realizar a função. Robson acumula dívidas e está sem condições de dar vida digna para sua família”, afirmou.

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