Polícia registra mais um caso de agressão a transexual em Niterói

Quatro dias, dois casos: mais uma travesti agredida em Niterói. Na noite de terça-feira (20), Pollyana Lopz, de 22 anos, trabalhava no Jardim São João, no Centro da cidade, quando foi retirada da moto em que estava e arrastada pela rua.

Com pernas e joelhos feridos, Pollyana teve ainda a bolsa com seus pertences levados pelos homens que a atacaram.

Segundo Lara Dieckman, uma das lideranças entre as garotas que trabalham na região, os casos não são novidades. “Eu mesma já fui vítima. Já levei até tiro. Quase toda semana, tem algum caso novo”, contou.

Lara, que já trabalhou na Rua São João e hoje é produtora de eventos, lamentou a falta de avanços com o decorrer do tempo. “O que acontecia há 20 anos, quando eu comecei a trabalhar ali, continua acontecendo. É sempre o mesmo preconceito, a mesma discriminação”, disse.

Outro caso - Na noite da última sexta-feira, Joicy Silva chegava para trabalhar quando foi assaltada e espancada. Os ladrões acessaram seu WhatsApp e Facebook para agredir outras pessoas.

Óbitos - De acordo com a ONG Transgender Europe, o Brasil é o país em que mais ocorre homicídios de transexuais no mundo. De 2008 a 2016, foram mais de 900 casos.

Já segundo a Rede Nacional de Pessoas Trans, que monitora casos de transfobia no Brasil, só em 2017 foram registrados 33 casos de tentativa de homicídio e 79 assassinatos de travestis e transexuais em todo o país.

O Grupo Gay da Bahia (GGB), associação que atua na defesa dos direitos humanos de LGBTs em todo o país, alimenta o site “Quem a Homotransfobia Matou?” desde 2015. Até ontem (21), o portal já registrou a morte de 174 LGBTs no Brasil.

A principal das lutas entre os militantes no Brasil é pela criminalização da transfobia e da homofobia. Após oito anos na Câmara dos Deputados, o projeto de lei (PLC 122/06) que dispõe sobre o tema foi arquivado.