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O pesadelo está de volta

Moradores do Condomínio Carlos Marighella, em Maricá, têm apartamentos inundados de novo

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 22 de junho de 2017 - 10:30
Ruas do condomínio, em Itaipuaçu, ficaram completamente submersas e alguns apartamentos foram invadidos pela inundação
Ruas do condomínio, em Itaipuaçu, ficaram completamente submersas e alguns apartamentos foram invadidos pela inundação -

Por Marcela Freitas

O temporal, que caiu entre a noite de terça-feira e madrugada de ontem, provocou estragos em Maricá, São Gonçalo e Niterói. Durante a manhã de ontem, ainda era possível ver muitos bairros alagados e um raio de destruição em Maricá, que permanece em estado de alerta. Os locais mais críticos da cidade são Itaipuaçu, São José do Imbassaí e Inoã. A Defesa Civil de Maricá recebeu 24 chamados de alagamentos. Não há informação sobre desabrigados.

Entre os bairros, São José foi o mais crítico, onde a água atingiu um metro e meio dos imóveis. O porteiro Mario Cesar Milagras, de 66 anos, mora no bairro há 30 anos, e esta é a quarta vez que ele precisa recomeçar. “Quando cheguei, vi que meu imóvel havia virado um mar. Não aguento mais passar por isso. Perdi tudo e estou impedido até de entrar em casa”.

Também morador de São José do Imbassaí, o inspetor de alunos Dvaldo Pedro, 46, disse que passou toda a madrugada tentando desobstruir as galerias de água. “As manilhas estão entupidas e a água toma conta de tudo. Está muito difícil”, afirmou.

Em Itaipuaçu, o condomínio do programa ‘Minha Casa, Minha Vida’ - Carlos Marighella – voltou a viver o pesadelo de 2015, quando ficou submerso. Desta vez, o assoreamento do canal da Pedra – no entorno do condomínio – teria provocado o alagamento. Moradores do Bloco 30 foram os mais atingidos. “Esse é o quadro de calamidade, tristeza e a certeza que temos que recomeçar. Graças à ajuda de vizinhos, consegui levantar alguns móveis. Na verdade, não sei por onde começar”, lamentou a dona de casa Helena Alves, 54.

A dona de casa Marileia Coelho, 66, disse que ficou assustada e, na tentativa de escapar da água, se machucou. “Desde 2015, eu não durmo quando chove. O medo é meu companheiro e tomo remédio desde então. Fiz algumas obras em casa para conter a água, mas ao ver que ela podia invadir meu imóvel, tentei buscar abrigo na casa de vizinhos e caí, ferindo o braço”, afirmou.

O gráfico Paulo Jorge Argolo, 48, também passou a manhã tentando recuperar seus móveis. “Perdi tudo uma vez e não quero passar por isso novamente. A água chegou à minha porta e estava entrando pelos ralos. Mas, graças a Deus, não inundou a minha casa. Vou elevar os móveis porque acredito que vá chover novamente”, contou.

Em Inoã, moradores da Rua Cinco, no Bosque Fundo, também passaram a manhã tentando limpar seus imóveis. A dona de casa Cláudia Castro, 49, contou que foi retirada de casa com auxílio de uma corda. “Moro aqui, há seis anos, e esta é a segunda vez que passo por isso. A primeira foi em 29 de fevereiro do ano passado. Fizeram um condomínio nos fundos do meu imóvel e mudaram o curso do Rio Preguiça. Essa casa era meu sonho, mas se tornou um pesadelo. Não aguento mais passar por isso e quero sair daqui”, revelou.

De acordo com a Defesa Civil, foi feita nova limpeza do canal no entorno do Condomínio Carlos Marighella. A anterior tinha sido realizada, em março, mas a multiplicação de gigogas (plantas aquáticas) bloqueou o fluxo de água. Equipes estão de prontidão e os telefones de emergências são: 199, 2637-1999 (Defesa Civil) e 2637-3648 (Assistência Social).

Prefeitura monta campanha para receber doações em três pontos

A Prefeitura de Maricá montou campanha para recolher donativos às famílias atingidas pelo temporal. As doações de roupas, calçados, cobertores e alimentos não perecíveis, entre outros itens, podem ser entregues no Centro Administrativo de Itaipuaçu (Rua Gilberto de Carvalho, lote C, número 148 A), Paço Municipal (Rua Álvares de Castro, 346, Centro) e sede da Defesa Civil (RJ-106, ao lado do Corpo de Bombeiros). O atendimento acontece, das 9h às 17h.

Cidades não têm chamados graves

Em São Gonçalo, moradores da Rua Navarro da Costa (antiga 56) e Expedicionário Naraudino Rosa dos Santos (46), do Jardim Catarina, voltaram a sofrer com a chuva que caiu ontem. A via, que já estava alagada por conta da forte tempestade na noite de segunda-feira, ficou ainda mais intransitável. Durante a noite de terça-feira, bairros como Neves e Gradim também ficaram alagados. Segundo a Defesa Civil da cidade, não houve chamados de emergência.

O município de Niterói está em estado de atenção. No entanto, a Defesa Civil da cidade não registrou ocorrências graves. Houve pontos de alagamentos na Zona Sul, Pendotiba e Região Oceânica. Em alguns locais, como na Região Oceânica e de Pendotiba, em apenas 12 horas, choveu mais do que o esperado para todo o mês. É o caso de Piratininga, onde a chuva ultrapassou em 170% a média mensal; em Itaipu, onde o acumulado foi de 109% e no Badu, em que o índice chegou a 108%.

Equipes estão desobstruindo a rede pluvial em diversos pontos da cidade para melhorar o escoamento da água. Em casos de acidentes provocados pela chuva, o morador deve acionar o 199.

A Companhia de Limpeza de Niterói (Clin) também ressalta a importância dos moradores e comerciantes colocarem o lixo nas calçadas apenas uma hora antes do início da coleta. Os horários podem ser vistos no site (http://www.clin.rj .gov.br/?a=horariodecoleta) ou pelo aplicativo da Clin. Se a equipe da Clin receber denúncia sobre a colocação de lixo na rua fora do horário da coleta, cobrará uma multa no valor de R$ 1.459,47. Os munícipes podem denunciar pelo 0800-022-215 ou pelo link da ouvidoria no site: www. clin.rj.gov.br/?a=ouvidoria.

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