Luz, câmera e ação em São Gonçalo

Por Cyntia Fonseca

Um evento que colocasse São Gonçalo de forma definitiva no cenário do cinema nacional. Esse era o ideal do artista, diretor e produtor Alberto Sena, ao criar o “Festival Cine Tamoio”, que este ano receberá a segunda edição, desta vez com o apoio da Secretaria Municipal de Cultura.

Projeto pioneiro no município, o Cine Tamoio tem abrangência nacional e celebra produções de artistas e amadores, todos independentes, em 19 categorias. Em 2017, o evento acrescentará mais uma categoria, de filme indígena. “No ano passado, nossa primeira edição, fizemos uma parceria com a Uerj, no Patronato, e ficamos um pouco restritos quanto ao horário. O espaço era ótimo, mas 20h30 tínhamos que fechar o auditório. Este ano, com a parceria com a secretaria de Cultura e utilizando o espaço do Clube Tamoio, vamos poder usar, inclusive, o sábado. Outra questão interessante é que este ano, comemora-se 100 anos do Clube Tamoio. Com isso, um amigo meu jornalista sugeriu que, em forma de homenagem, acrescentássemos a categoria de filme indígena ao festival”, contou Alberto Sena. Ainda sem data confirmada, a previsão é que a segunda edição aconteça entre 12 e 16 de setembro, sendo cinco dias de festival. O mês foi escolhido também devido ao aniversário da cidade. A expectativa é que com a divulgação, o festival receba mais de 250 inscrições.

“Em 2016, tivemos 167 inscritos e 68 selecionados. Quando você fala que a cidade oferece um festival de cinema, as pessoas tratam o trabalho com mais seriedade. Dos inscritos, foram 14 curtas gonçalenses. Ou seja, têm muita gente em São Gonçalo produzindo trabalho com cinema. E quando você começa a ver que o cinema está tirando pessoas de um grupo de risco, sabe que está no caminho certo”, acrescentou o produtor.

Inscrições - Para participar, os interessados devem submeter o link do arquivo à página do Cine Tamoio na internet, a partir de meados de junho, quando as inscrições serão abertas. Entre as categorias estão documentário, curta LGBT, curta gonçalense, ficção, filme negro, melhor diretor, melhor ator e atriz, melhor ator e atriz coadjuvantes e melhor produtor.

Gonçalense em destaque

Primeiro gonçalense membro da Academia Brasileira de Cinema, Alberto Sena espera que o festival se torne parte do calendário de eventos da cidade e mais uma forma de colocar São Gonçalo no cenário nacional e por que não internacional de cinema. “Um exemplo é a cidade de Gramado. Hoje, a cidade vive em função do Festival de Gramado, que está na 45ª edição, mas quando não existia o festival, não tinha nada. É algo que gera muitos empregos”, contou. Para o secretário municipal Turismo e Cultura, Carlos Ney, o festival será completamente “abraçado” pelo município.

“A ideia do Alberto veio de encontro a uma ideia que já tínhamos, de implantar projetos com cinema em São Gonçalo. Vamos retomar o contato na Ancine, no Rio de Janeiro, para ver de que forma vamos colaborar, dar a chancela da Secretaria de Cultura, além de fazer contato com empresários locais”, disse.