Coveiros estão assustados

Por Marcela Freitas

Coveiros de São Gonçalo reclamam da falta de condições de trabalho. No principal cemitério do município, que leva o nome da cidade, no Camarão, os profissionais contam que são colocados em risco pela falta de materiais básicos.

Sem uniformes, botas, luvas e máscaras, os coveiros precisam se arriscar no trato com os cadáveres. “Sofremos com a falta de investimento aqui. Nos viramos para prestar um bom serviço à população, mas isso nos coloca em risco. Fazemos exumações, por exemplo, sem máscaras, luvas e calçados apropriados. Tentamos fazer o máximo, mas a cada dia tem ficado mais difícil”, afirmou.

Ainda segundo um funcionário, eles são obrigados a se arriscar para colocar os corpos nas gavetas. “Tínhamos dois andaimes. Um está quebrado e o outro balançando. Já caí e, por sorte, não me feri gravemente. Arriscamos nossa vida aqui de todas as formas. O cemitério também sofre com o abandono. Sobram sepulturas quebradas e faltam materiais para reparo. Na frente, o cemitério parece ótimo, mas basta andar um pouco para ver a coleção de problemas”, disse.

O funcionário garantiu, ainda, que a categoria recebe abaixo do piso. “Há alguns anos, incorporaram a nossa gratificação ao salário para ganharmos o salário mínimo. Hoje, o salário é de R$ 1,1 mil, muito baixo da categoria, que pode receber até R$ 3 mil, dependendo do tempo de profissão”, afirmou.

A assessoria de imprensa da Prefeitura de São Gonçalo informou que todos os uniformes já foram entregues, e que luvas e botas estão sendo confeccionadas e em até dez dias tudo será normalizado.