Qual futuro do ensino público?

Por Marcela Freitas

A Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec), vinculada à Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia, “agoniza” diante da crise. Com a falta de repasses, que já não acontece há um ano, e de infraestrutura, o interesse de alunos para ingresso no primeiro ano do Ensino Médio caiu consideravelmente.

Segundo funcionários do Henrique Lage, no Barreto, em Niterói, para este semestre foram ofertadas 3,4 mil vagas para toda a rede Faetec nos cursos de eletrônica, eletrotécnica, edificações, máquinas navais e construções navais. Entretanto, o número de inscritos foi de 1,8 mil. Na unidade do Barreto, foram disponibilizadas 600 vagas, apenas 86 alunos se inscreveram e somente 71 fizeram as provas no fim de semana.

“Em nossa opinião, essa era a intenção do Governo que, diferente dos outros anos, limitou o prazo de inscrição em um mês com pouca divulgação. O número de inscritos foi inferior às vagas oferecidas. Algo nunca sequer imaginado. Explica-se pelos problemas e o tardio concurso. No Barreto, tínhamos, em média, 16 turmas de 1º ano e, este ano, contando os aprovados no concurso e os ingressos via fundamental, talvez consigamos de cinco a seis turmas”, explicou um funcionário.

Repasses – Nos últimos 24 meses, o Henrique Lage recebeu apenas quatro repasses e meio do Governo do Estado. Por mês, a escola recebia R$ 17 mil para manutenção e compra de insumos. Nos últimos 12 meses, nenhum repasse foi feito. Mesmo sem salários em dia, são os profissionais que estão colaborando com a aquisição de materiais para manutenção da unidade.

A assessoria de imprensa da Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia foi procurada, mas não deu retorno até o fechamento desta edição.