Um exemplo para a família

Por Marcel Freitas

Aos 102 anos, Rosa Alves Moirato, moradora do Jóquei, em São Gonçalo, esbanja vitalidade. O sorriso farto, marca de sua personalidade, é sinônimo de sua vontade de viver. Nascida em Pernambuco, Rosa escolheu a cidade gonçalense para morar há 30 anos. Muito vaidosa, quem a vê passar caminhando pelas ruas, nem imagina que ela nasceu em janeiro de 1915. Parece muito, não é mesmo? Mas não para ela, que garante ter o espírito jovem, tanto que ainda pensa em arrumar um namorado.

Viúva, mãe de oito filhos, dois já falecidos, avó de mais de 50 netos, 16 bisnetos e 9 tataranetos, ela ainda nutre a esperança de encontrar um novo amor. Com a ajuda da neta, Malu Cavalcante, 60 anos, ela até ganhou um perfil em um site de encontros e começou a ‘paquerar’ um espanhol de 78 anos. “Minha neta me mostrou as fotos dele e vi que é muito bonito. Ele me mandou algumas mensagens, mas ainda não é namoro. Mas se pudesse, eu teria um namorado”, brincou.

Rosa, que frequenta o salão de beleza uma vez por mês, não abre mão da cabeleireira Ednalva Damasceno, moradora da Trindade, que cuida de suas madeixas há mais de 20 anos. “Fico muito feliz em saber que, de alguma forma, eu agrado dona Rosa. Ela é uma pessoa especial”, disse Ednalva.

Rosa revelou, ainda, o segredo para se manter tão bem aos 102 anos. “Eu como muitas bananas. Pelo menos, três por dia. Além disso, tenho uma vida baseada no amor. Amo demais a minha família e isso me motiva a viver sempre mais”, garantiu.

Para a neta Malu, sua avó é um exemplo. “Ela é minha inspiração. Sinônimo de respeito e amor ao próximo. Posso falar com toda a certeza que é a mentora da minha vida”, afirmou.

Perfil - Rosa nasceu em Afogados de Ingazeira, Pernambuco, onde casou e teve sete filhos. Sem nunca ter estudado, ela resolveu deixar a cidade para garantir aos filhos, uma qualidade de vida melhor. Com o consentimento do marido, que foi ao seu encontro meses depois, se mudou para Camocim de São Félix e lá teve seu oitavo filho. Na nova cidade, ela trabalhou como parteira e modista. Anos mais tarde, se mudou para Recife e, após o falecimento de seu companheiro, veio morar com a filha Maria do Carmo, que já vivia em São Gonçalo. Ela gostou tanto da cidade que só voltou para Pernambuco a passeio. Hoje, Rosa tem vários parentes na cidade, mas também tem filhos residindo em outros estados.