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Escola volta a ser ocupada

Estudantes pedem o retorno do turno da noite e a Educação de Jovens e Adultos (EJA)

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 14 de fevereiro de 2017 - 10:00
Alunos contaram que antes da ocupação, houve tentativas de diálogo com a Secretaria de Educação
Alunos contaram que antes da ocupação, houve tentativas de diálogo com a Secretaria de Educação -

Por Marcela Freitas

Uma semana após o início das aulas na rede estadual de educação, Niterói tem sua primeira escola ocupada. Alunos do Colégio Estadual Brigadeiro Castrioto (Cebric), em São Lourenço, com apoio da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) e da Rua Juventude Anticapitalista ocuparam a unidade na noite da última sexta-feira. O movimento pede que seja revista a decisão do fim do turno noturno, que atendia a Educação de Jovens e Adultos (EJA).

Vista como uma escola de referência no ensino integral, a unidade perdeu, este ano, a coordenação pedagógica noturna e as aulas. Os alunos que estudavam na unidade foram transferidos para o Colégio Raul Vidal, no Centro de Niterói, o que obrigaria muitos deles deixarem de estudar. “Eu não tenho como estudar distante de casa. Aqui estudam mães e trabalhadores”, disse Marcos dos Santos, de 20 anos.

A professora de Sociologia Joelma Azevedo disse que a Secretaria de Educação justifica o baixo número de matrículas para o fim do curso, mas hoje existe uma lista de espera de 250 pessoas que desejam ingressar na escola no turno da noite. “Não falta interesse dos estudantes e, sim, incentivo. Muitos deles chegam cansados de um dia inteiro de trabalho e ficam sem o jantar e sem aulas por falta de professores”, afirmou.

Representante da Rua Juventude Anticapitalista, Carlos Rial, contou que, antes da ocupação, houve tentativa de diálogo com a Secretaria de Educação. “Pedimos ajuda da regional para garantir esse ensino noturno e não conseguimos. Mais de 50% da escola está de acordo com a luta pela garantia de direitos. Outras escolas também estão se mobilizando. Estamos acompanhando e vamos dar apoio”, afirmou.

O diretor do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe), Luiz Cláudio Almeida, esteve na escola. “Estamos dando apoio aos estudantes, mas a ocupação é estabelecida por eles. Estamos prestando nossa solidariedade”, explicou.

A assessoria de Estado de Educação informou que o colégio transferiu, este ano, 23 alunos da EJA e dez do Ensino Médio Regular, do turno noturno, para o Colégio Estadual Raul Vidal, no Centro de Niterói, a um quilômetro de distância. Essa absorção progressiva já fazia parte do planejamento pedagógico da escola.

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