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Batalhões são ocupados

Familiares de PMs reivindicam pagamento de salários atrasados, na porta de unidades

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 11 de fevereiro de 2017 - 10:00
Grupo de cerca de 50 pessoas acampou em frente ao 7ºBPM e impediu a saída das viaturas
Grupo de cerca de 50 pessoas acampou em frente ao 7ºBPM e impediu a saída das viaturas -

Os três batalhões da Polícia Militar da região - 7ºBPM (São Gonçalo), 35ºBPM (Itaboraí) e 12ºBPM (Niterói) - amanheceram ontem cercados por familiares de PMs. O ato reivindicava o pagamento de salários atrasados e melhorias nas condições de trabalho.

Em São Gonçalo e Itaboraí, até o início da noite o protesto seguiu de forma pacífica. Já em Niterói houve confusão. Manifestantes acusaram um oficial da unidade de ter agredido a esposa de um militar. Ela teria chegado a procurar a delegacia, mas o registro não foi feito devido à paralisação da Polícia Civil.

O protesto começou às 5h e é semelhante ao que aconteceu na última semana no Espírito Santo, quando viaturas policiais foram impedidas de sair das unidades. No entanto, segundo o comandante da unidade gonçalense, coronel Ruy França, uma estratégia foi traçada para que o policiamento na cidade não fosse prejudicado.

A dona de casa Keli Nunes, de 36 anos, é esposa de um PM e garantiu que ficará na porta do 7ºBPM até os salários e as gratificações serem quitados. “Meu marido está tendo que pedir dinheiro emprestado para ir para o batalhão, que é no Rio. Meus filhos estão na casa dos avós, porque na minha não tem mais comida para dar para eles. Minha família não teve comemoração de fim de ano porque o décimo terceiro não saiu. Vamos ficar aqui até o pagamento cair na conta. Estamos exigindo o mínimo. Quem trabalha quer receber. Ninguém aguenta mais isso”, desabafou.

Morador de São Gonçalo, um soldado, lotado no 16ºBPM (Olaria), contou que somadas as gratificações e o pagamento, o governo deve a ele cerca de R$ 10 mil.

“Minha esposa está grávida de quatro meses e já temos um filho de quatro anos. Eu moro de aluguel e pago R$ 700, ainda tem a escola do meu filho. O plano de saúde tive que cancelar porque não consegui continuar pagando. Gasto cerca de R$ 600 com combustível e pedágio para ir trabalhar no Rio. Às vezes, tenho que pegar dinheiro com meu sogro ou meu irmão para poder ir trabalhar. A situação está crítica. Desde 2015 que não pagam minhas gratificações. O total do que me devem chega a quase R$ 10 mil. A nossa luta não é só pelo dinheiro, é pela nossa dignidade. Não temos nem condições mínimas para trabalho”, indignou-se.

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