Camelôs retirados de Alcântara
Fiscais da Prefeitura desocupam calçadas em operação que promete ser regular na cidade
Por Daniela Scaffo
Cerca de 60 camelôs que se instalaram embaixo do viaduto de Alcântara e arredores, em São Gonçalo, foram retirados dos espaços públicos no fim de tarde de ontem. A ação foi feita por agentes da Subsecretaria de Fiscalização e Posturas, em parceria com a Guarda Municipal e a Secretaria de Segurança Pública em parte da Estrada Raul Veiga e na Rua Jovelino de Oliveira Viana.
De acordo com o coordenador de Fiscalização e Postura, Everson Fernandes, a ação teve objetivo de organizar a cidade e continuará ao longo da atual gestão. Nenhuma mercadoria foi apreendida. “Estamos pegando os pontos críticos e acertando aos poucos. Embaixo do viaduto de Alcântara, as pessoas estavam tendo que passar pela rua enquanto os camelôs ocupavam as calçadas. Isso não pode acontecer”, explicou.
Posteriormente, a prefeitura também irá fiscalizar as barracas legalizadas que ultrapassam o limite permitido de 1,20m por 80cm. “Iremos realizar essas operações por etapas. Não temos intuito de atrapalhar ninguém, apenas de manter a ordem na cidade”, disse o fiscal de posturas Daniel Carvalhaes.
Ainda segundo os fiscais, os ambulantes foram informados, na manhã de ontem, de que a ação iria ocorrer, mas eles continuaram com as barracas nas ruas. A atuação irá ocorrer em outros bairros. “Queremos manter esse espaço livre para que os pedestres consigam atravessar com segurança e não ocupem as vias, dando possibilidade de fluxo no trânsito”, finalizou Fernandes.
A ação foi elogiada por pedestres que tinham que ‘disputar’, diariamente, o espaço com as barracas. “Eu passo, diariamente, aqui e acho isso um absurdo. Está certo que eles estão trabalhando, mas simplesmente fecham as vias. Há dias que tem barracas até na pista”, contou a doméstica Carla Christina Teixeira, de 52 anos.
Prejudicados – Em período de crise econômica, os camelôs se sentem prejudicados. “Essa é a única renda que temos. Para piorar, a gente nunca consegue vagas para legalizar nossas barracas”, contou Sônia Azevedo, 43. Outros camelôs, que preferiram não se identificar, disseram que a ação os deixou sem perspectiva. Eles também informaram que nunca foram comunicados que precisavam legalizar. “Trabalhamos, há mais de um ano, vendendo pães e ninguém nunca falou nada sobre legalização. Apenas sabemos que é muita burocracia e quase ninguém consegue. Não sabemos nem o que vamos fazer”, disse um deles.
Cadastro – Os ambulantes devem procurar a Subsecretaria de Fiscalização e Posturas, até o fim de fevereiro, para fazer o recadastramento e pagar uma taxa de 15 Ufirs (R$47,85).