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Profissionais da educação de SG fazem protesto e entram em greve

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 02 de fevereiro de 2017 - 10:00
Diretora do Sepe, Michelle Alvarenga, disse que o sindicato é contra o parcelamento do salário e que aulas não começarão na segunda
Diretora do Sepe, Michelle Alvarenga, disse que o sindicato é contra o parcelamento do salário e que aulas não começarão na segunda -

Por Marcela Freitas e Matheus Merlim

A quatro dias do início das aulas na rede municipal de ensino de São Gonçalo, os profissionais de educação decretaram greve, por tempo indeterminado, por conta do parcelamento do salário de dezembro. O Sindicato dos Servidores Públicos Efetivos de São Gonçalo (Sindspef-SG) também reivindica o pagamento integral de todos os servidores. A presidente Rosângela Coelho argumenta que o pagamento deveria ser prioridade do prefeito José Luiz Nanci em detrimento da contratação de comissionados.

A decisão dos professores foi tomada em assembleia realizada, ontem, no Colégio Municipal Castelo Branco, no Boassu. Mais de 500 profissionais foram a favor da paralisação. Após a reunião, os profissionais caminharam até a sede do Executivo. De acordo com a diretora do Sepe São Gonçalo, Michelle Alvarenga, a categoria é contra o parcelamento do salário de dezembro, bem como o baixo salário, a contratação de funcionários e falta de concursos.

“Parcelar o salário em oito meses é absurdo e não podemos aceitar. Hoje, quem ingressa na rede ganha menos do que um salário mínimo, tendo que custear transporte. Faltam profissionais concursados e sobram comissionados”, disse Michelle. Na próxima segunda, nova assembleia vai determinar o rumo do movimento.

Rosângela Coelho disse que o Sindspef reivindica que os salários sejam pagos integralmente. “Pelo decreto municipal, os salários de dezembro serão parcelados em oito vezes e escalonados por valores. Nós queremos que os vencimentos sejam pagos integralmente”, explica.

Parcelas – Conforme o calendário de pagamento do município, a primeira parcela será no dia 28 de fevereiro, no valor de R$300. Depois, sucessivamente: 31 de março (R$300); 30 de abril (R$300); 31 de maio (R$300); 30 de junho (R$500); 31 de julho (R$700); 31 de agosto (R$1,2 mil); e o que faltar, no dia 30 de setembro.

Servidores querem pagamento integral

Rosângela ainda questiona o posicionamento da atual gestão, tendo em vista a quantidade de pessoas nomeadas para assumir cargos comissionados neste início de ano. “Sabemos que o novo prefeito tem uma herança ruim. No entanto, apesar de diminuir o número de cargos comissionados, a Prefeitura não baixou os valores. A conta é simples: não dá para nomear pessoas temporárias, tendo que quitar dívidas passadas”, acrescenta.

Aposentada há 10 anos, a professora Sueli Soares Francisco, de 62 anos, relata que muitas contas do final do ano passado ficaram atrasadas. “Eu fiquei com cartão, telefone e outras contas atrasadas. O parcelamento deixa a dúvida se será realmente cumprido”, reclama. Realidade parecida vive a auxiliar de enfermagem Maria Regina, 56, aposentada pela Prefeitura há um ano. Para a servidora, essa é um dos piores momentos do município. “Nós estamos brigando por uma coisa que é nossa de direito. Trabalhamos muitos anos e agora vem essa vergonha do parcelamento. Mesmo assim, a gente vê contratações todos os dias. O certo é primeiro pagar os servidores concursados, para depois chamar quem quiser”, indigna-se.

A assessoria de imprensa da Prefeitura de São Gonçalo informou que o parcelamento dos salários de dezembro foi a forma encontrada para honrar a dívida e, ao mesmo tempo, pagar os salários de janeiro e o 13º. Já em relação às nomeações, estas se fazem necessárias para o pleno funcionamento da máquina pública. A nota diz ainda que o prefeito entende e reconhece o direito dos professores, mas que a medida reforça o compromisso assumido pelo prefeito de não atrasar os pagamentos do calendário 2017.

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