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Manifesto pela FFP-Uerj

Universitários, professores e funcionários da instituição lutam pela manutenção da educação

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 25 de janeiro de 2017 - 10:30
Movimento, que contou com a oficina de faixas e cartazes, começou na praça dos Ex-Combatentes
Movimento, que contou com a oficina de faixas e cartazes, começou na praça dos Ex-Combatentes -

Por Matheus Merlim

Cerca de 150 pessoas se mobilizaram, ontem à tarde, em frente à Faculdade de Formação de Professores (FFP-Uerj), no Patronato, em São Gonçalo, para lutar em defesa da instituição, que tem seu futuro incerto. Estudantes, professores, funcionários e moradores saíram da Praça dos Ex-Combatentes e seguiram até a sede da Prefeitura, no Centro da cidade, com cartazes e faixas para chamara atenção da população sobre o descaso que vive a universidade.

A mobilização teve início com oficina de cartazes no campus da faculdade. Depois, os manifestantes saíram em direção à Prefeitura para se unir a outro ato. De acordo com a vice-diretora da FFP-Uerj, Mariza de Paula Assis, o objetivo do ato foi mostrar para a sociedade as dificuldades que a unidade têm sofrido, já que as bolsas estudantis, as verbas de custeio de manutenção e os salários dos servidores não têm sido pagos.

“O ato é uma forma de pedir a colaboração da sociedade para entender as más condições da universidade, que é pioneira na inclusão de estudantes de escolas públicas. Esses alunos estão sem receber bolsa para estudar, professores e técnico-administrativos também estão sem pagamento, fora as verbas de custeio que a unidade não recebe”, disse.

Para a vice-diretora, o prazo até a próxima segunda-feira para iniciar os cursos de graduação, que correspondem ao segundo semestre do ano passado (2016.2), ainda é uma incógnita.

“Somos um tripé de ensino-pesquisa e extensão. A pesquisa e extensão, mesmo que precariamente, estão com suas aulas garantidas. Mas considerando as atuais condições de funcionamento da Uerj, ainda não sabemos se poderemos retomar todas as atividades”, afirmou.

Comércios dos arredores também sofrem com crise

Em frente à FFP sobrevivem diversos comércios, que têm, na maioria de seus clientes, funcionários e estudantes da universidade. Com as últimas greves, o movimento pela região caiu. Agora, com o alerta de um possível cancelamento da volta às aulas, o drama é outro.

Há 14 anos, o “Bar da Frente” é referência. Para o dono do estabelecimento, o empresário Denílson Marvila, de 43 anos, esse é o cenário mais caótico da universidade dos últimos 10 anos. E ele não vê esperança de sobrevivência dos comerciantes do bairro, caso a unidade seja fechada.

“Como empresário, acredito que a tendência é que todo comércio em torno da Uerj feche as portas. Até porque não estamos em uma área residencial, é um local extremamente universitário. Antes da greve, fornecíamos almoço. Mas quando as aulas pararam, a procura caiu e tivemos que cancelar as refeições”, disse, acrescentando que 80% do seu público é oriundo da FFP-SG.

Vizinha de Denílson, a comerciante Tânia Perdigão, 46, está à frente do “Vestibular do Açaí”. O nome do estabelecimento faz alusão à universidade, que compõe cerca de 60% do seu público. Para Tânia, o cenário é de preocupação. “Com certeza será muito ruim para os comércios daqui. A crise na universidade nos afeta diretamente. Fico pensando o quanto isso também será ruim para os alunos, que veem na faculdade o sonho de ter uma profissão”, contou.

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