Vendedor de chiclete em S. Gonçalo vira MC e faz sucesso na Internet

Por Matheus Merlim

“Meu sonho é conquistar o mundo. Com a fé de uma criança eu consigo tudo. Levando alegria e paz, eu sigo em frente e nunca olho para trás”. O refrão da nova canção do MC Cesinha do “Chicrete”, como é conhecido, é um retrato escrito de sua personalidade. Morador da Comunidade do Salgueiro, em São Gonçalo, o vendedor de chicletes ganhou repercussão na internet com vídeos de suas paródias e brincadeiras durante as vendas pelas ruas da cidade.

Quem vê a animação do artista no trabalho, não imagina o quanto foi difícil chegar até o sucesso nas redes sociais. Nascido e criado em Queimados, na Baixada Fluminense, Sílvio César Rangel Gama da Silva, de 23 anos, chegou a São Gonçalo há menos de um ano, quando estava prestes a se tornar pai. Hoje, o pequeno Miguel, de seis meses, é a maior inspiração de Cesinha para trabalhar com diversão.

“Muita gente me chama de maluco por eu chegar em um ponto de ônibus lotado e começar a cantar para vender o chiclete. Mas eu tenho meu filho como minha inspiração. É o que eu sou, alegre e bobo. Para mim, um sorriso vale muito mais que uma venda”, conta.

A ideia de comprar caixas de chicletes para vender pelas ruas surgiu após a demissão de um trabalho como vendedor de produtos naturais, há cinco meses. E, para dar a volta por cima, ele precisou pegar R$100 emprestados com o avô, que ainda mora em Queimados.

“Fiquei desempregado, fiz um monte de entrevistas mas não fui chamado para nada. Então, fui a Niterói e vi muitos vendedores de chiclete. Pedi a todo mundo, mas só meu avô, que estava com dinheiro certo para pagar uma conta, me emprestou. Eu tentei ser sério nas vendas e não deu certo. Então comecei a vender em São Gonçalo sendo eu mesmo”, relembra.

Para atrair maior clientela, Cesinha passou a fazer paródias de grandes sucessos, como “Infiel” (Marília Mendonça) e “50 Reais” (Naiara Azevedo). Por escolher o Centro de São Gonçalo como ponto de venda, rapidamente o vendedor foi parar na Internet com diversos vídeos feitos por populares.

“Eu não esperava tanta repercussão. O mais legal de tudo é que eu sempre acabava virando amigo dos clientes. Hoje, as pessoas me param mais para me ouvir cantar as paródias, do que propriamente para comprar o chiclete. Mas é isso que eu gosto de fazer”, completa.