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Tensão na porta de presídios

Impedidos de visitarem internos, familiares fazem manifestação na BR-101, em SG

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 18 de janeiro de 2017 - 10:00
Com a greve dos agentes penitenciários, policiamento no presídio foi reforçado por policiais militares
Com a greve dos agentes penitenciários, policiamento no presídio foi reforçado por policiais militares -

Por Marcela Freitas

Familiares de presos foram impedidos de visitá-los nas Cadeias Públicas Juíza Patrícia Lourival Acioli e ISAP Tiago Teles de Castro Domingues, em Guaxindiba, em São Gonçalo. O motivo seria a greve dos agentes penitenciários, iniciada zero hora de terça-feira em todo o estado. Os agentes alegam falta de pagamento dos salários de dezembro e janeiro e também o não pagamento do 13º salário.

A proibição indignou os parentes, que realizaram uma manifestação na BR 101. Uma das pistas chegou a ser fechada, mas o movimento foi logo desfeito com a chegada da Polícia Rodoviária Federal (PRF). De acordo com a dona de casa Tatiana Souza, de 33 anos, ela não é contra a greve, mas também não concorda com a proibição em entregar os alimentos aos presos.

“Estou há 21 dias sem ver meu filho. Para entrar, eles exigem uma carteira que leva um tempo para ser confeccionada. Meu filho está com principio de pneumonia e me tiraram o direito de vê-lo. Acordei de madrugada para chegar aqui. Pedi para deixar os alimentos e fui impedida”, disse.

Quem também não concordou com a proibição foi à professora Margareth Marques, 51 anos. “A greve é legitima e, eles estão no direito de cobrar. Mas, é uma maldade não deixar que os alimentos sejam entregues. A comida que o estado envia é de péssima qualidade. Meu filho já está privado de liberdade e, essa deve ser sua única punição. Passei a madrugada toda preparando a comida dele para ser impedida de fazer a entrega”, reclamou.

A dona de casa Jaqueline da Silva, 34 anos, veio de Muriaé, em Minas Gerias, para visitar o marido. “São sete horas de viagem que faço toda semana. Se soubesse que eles pretendiam entrar em greve, eu nem viria. Isso deveria ser informado com antecedência”, afirmou.

Agentes - Os agentes reclamaram das condições de trabalho. Segundo eles, o estado tem fornecido uma alimentação de baixa qualidade e, nem água há na unidade. “Se eles não pagam aos fornecedores, como vamos receber boa comida? O prato é sempre salsicha ou ovo. Nem cachorro come. Temos que comprar almoço e jantar fora daqui. Mas, como vamos arcar com estes custos, se não recebemos o nosso pagamento? Entendo o lado das famílias, mas eles também precisam entender o nosso”, disse um dos agentes.

A greve - A categoria de Servidores Penitenciários, em reunião com a diretoria do SindSistema-RJ, na tarde dessa segunda-feira (16), no Bangu Campestre Clube, deliberou pela deflagração de greve a partir da zero hora desta terça-feira (17).

A diretoria do Sindicato havia encaminhado proposta de greve de 48 horas, no entanto, a categoria optou pela deflagração do movimento até a próxima segunda-feira (23), em todo o Sistema Penitenciário do Estado, quando haverá nova assembleia para avaliação e deliberação pela continuidade, ou não, do movimento grevista.

Durante a vigência da greve, serão realizados apenas os serviços essenciais, como alimentação, emergências médicas e alvará de soltura. Não haverá o ingresso de visitantes, nem apresentações às Varas Criminais ou recebimento de novos presos.

Seap - Em nota, a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) informou que possui um plano de segurança para manter a rotina das unidades prisionais. E salientou que informações sobre ele não são divulgadas por questões de segurança.

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