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Usuários do Restaurante Popular estão sem opção

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 07 de dezembro de 2016 - 11:45
Lenir Dionísia, que trabalha oito horas por dia, substituiu o almoço por um saco de pipocas
Lenir Dionísia, que trabalha oito horas por dia, substituiu o almoço por um saco de pipocas -

Dividir quentinhas e até substituir uma refeição por um saco de pipoca. Essa foi a solução encontrada por trabalhadores que, desde a última segunda-feira, encontram o portão do Restaurante Cidadão Jorge Amado, em Niterói, fechado. Em protesto, cartazes foram fixados no portão e paredes do estabelecimento com os dizeres: “To com fome” e o “Povo precisa de comida” são reflexos da revolta da população, que tinha no espaço a garantia de uma refeição digna.

Profissional de varrição de rua, Lenir Dionísia Fonseca, de 50 anos, substituiu o almoço por um saco de pipocas. Mesmo trabalhando oito horas por dia, essa foi a única solução encontrada por ela, que podia gastar pouco com o almoço. “Fiquei muito triste com o fechamento desse restaurante. Com R$ 2, não consigo almoçar em lugar nenhum. Comprei essa pipoca por R$ 1,50, mas o troco não dá nem para um suco. Infelizmente, o povo sempre paga o preço mais alto”, lamentou.

Com um pouco mais de recurso, o casal Eliane Cristina Peçanha, 52, e Luiz Machado Casal, 58, comprou uma quentinha por R$ 12. No cardápio: arroz, feijão, costela e frango, que será dividido para os dois. “Não temos como comprar duas quentinhas e vamos dividir. Sou dona de casa e meu marido guardador de carros. Com o valor investido hoje, comeríamos três dias no restaurante popular. Apesar de todos os problemas, como repetição de cardápio, tínhamos a certeza de ter um alimento bem preparado e com baixo custo. Como será amanhã, eu não sei”, disse Eliane.

Para o vendedor ambulante Valdir da Silva Ribeiro, 65, não há certeza sobre a possibilidade de almoçar. “Só tenho R$2 para almoçar. Para comer em outro lugar, precisarei fazer alguma venda. Se isso não acontecer, vou ter que ir para casa mais cedo”, afirmou.

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