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O meio ambiente agradece

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 31 de outubro de 2016 - 08:10
Através do reúso, Fernando reaproveita a água da maquina de lavar, que é armazenada em galões
Através do reúso, Fernando reaproveita a água da maquina de lavar, que é armazenada em galões -
Por Daniela Scaffo
Em uma cidade que a própria Cedae admite que boa parte da falta d'água é em função dos vazamentos, a população de São Gonçalo e muitas pessoas esbanjam criatividade para não ficar com as torneiras secas. É o caso do morador do Rocha, Fernando Trindade, de 41 anos, que construiu um sistema hídrico para reaproveitamento de águas da chuva e da máquina de lavar.
A ideia surgiu há pouco mais de um ano quando, preocupado com a crise no abastecimento, o carteiro decidiu contribuir com o ecossistema. A "engenhoca" ficou pronta há aproximadamente um mês. 
"Isso foi por uma questão de consciência ambiental. Nada aqui é desperdiçado. Me interessei pelo tema, vi alguns vídeos e resolvi fazer o investimento", contou Fernando, que mora com a esposa e o filho, de 6 anos.
O sistema envolve uma construção que reaproveita a água da calha de chuva e passa por uma espécie de filtro. Todo o líquido preenche uma caixa de 310 litros, que podem ser usados para lavar calçada, dar descarga no vaso sanitário e até mesmo resfriar o telhado através de borrifadores.
"No verão, aqui em casa fica muito quente, então esses borrifadores auxiliam no controle da temperatura e evitam o uso contínuo do ar-condicionado. Além disso, não preciso usar a água potável para que eu faça coisas básicas, como lavar a calçada. Nunca fico sem água aqui", explicou.
Além do reaproveitamento da chuva, Fernando também criou um sistema de reúso da água da máquina de lavar. São quatro galões que podem ser preenchidos com o líquido que iria ser desperdiçado.
"São galões interconectados que, depois de preenchidos, posso também usar para preenchimento da caixa de reúso. Como às vezes fica muito tempo sem chover, esse segundo sistema também auxilia bastante", disse informando ainda que o sistema  custou cerca de R$2 mil. 
"São mais de 30 registros, muitos canos e um indicador de nível para saber se a caixa está ou não completa. Foi trabalhoso, demorei quase um ano e meio para concluir, mas valeu a pena", revelou.
Economia não reflete na conta
Em razão da Cedae cobrar uma tarifa mínima, nas categorias residencial e pública, referente a 500 litros de água diários - mesmo que o imóvel esteja desocupado - a economia do carteiro não refletiu na sua conta.
"Eu economizo água mas isso não reflete na minha conta pois a Cedae faz o cálculo através de estimativa de uso", explicou.
Apesar do fato, Fernando não se arrepende de ter construído o sistema e ainda pensa em um modo de tornar a água reaproveitada em potável.
"Eu não fico tão dependente da Cedae. Quando falta água na rua, nem fico preocupado. Ainda acho ser um cálculo mais honesto, mas penso na minha consciência ambiental", argumentou.

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